Dívida da Prefeitura de Marília beira R$ 500 milhões
A dívida deixada por Vinícius Camarinha (PSB) para a atual gestão de Daniel Alonso (PSDB) já beira R$ 500 milhões.
A informação é do secretário da Fazenda Levi Gomes, repassada durante audiência pública para prestação de contas do último quadrimestre da gestão anterior.
O evento, na noite de quarta-feira (23), estava inicialmente marcado para a manhã, mas houve mudança após críticas sobre a dificuldade de participação popular. No entanto, mesmo com a alteração, a área destinada ao público contava com uma única pessoa.
Apenas em relação a dívidas com recursos empenhados – de curto prazo – são cerca de R$ 153 milhões. Já as dívidas parceladas em contrato são mais R$ 156 milhões.
Já as principais despesas não pagas em 2016 a serem pagas honradas com urgência em 2017, são R$ 39 milhões. Envolvem desde parcelamentos do Ipremm (Instituto de Previdência Municipal de Marília) quanto contas de energia, telefone e combustível, além de merenda escolar e transporte de alunos.
“Cada dia aparece uma dívida nova, ainda não está fechado [o cálculo da dívida]”, disse ao Marília Notícia Levi Gomes. De acordo com ele, muitas dívidas feitas não possuem recursos empenhados.
“Tem empresas que prestaram serviço, forneceram material e possuem as notas, mas o recurso não foi empenhado. Não temos como pagar. Nesses casos, [os credores] devem procurar a Justiça”, fala.
VEREADORES
Durante a audiência os vereadores tiveram a oportunidade de questionar os dados e comentarem a situação. No entanto, não estiveram presentes: Danilo Bigeschi (PSB), Evandro Galetti (PTN), Luiz Eduardo Nardi (PR), Marcos Custódio (PSC), Mário Coraíni (PTB), Maurício Roberto (PP) e Professora Daniela (PR).
Estiveram presentes: o presidente da Câmara Wilson Damasceno (PSDB), Cícero da Silva (PV), João do Bar (PHS), José Carlos Albuquerque (PRB), José Luiz Queiroz (PSDB) e Marcos Rezende (PSD).
Damasceno disse que os números são bastante preocupantes e investimentos demandarão muita capacidade de gestão do Executivo por conta do alto endividamento.
Albuquerque, que já foi aliado político dos Camarinha, disse que essa “quadrilha”, em referência ao governo passado, deveria estar na cadeia. Ele afirmou ainda que houve conivência dos últimos vereadores com a situação financeira atual.
Rezende, que fez parte da última formação da Câmara com base governista, disse ao Marília Notícia que a última gestão “nunca deixou transparecer a realidade dos números”, apesar de outras duas audiências públicas nos mesmos moldes da de quarta-feira terem sido realizadas no ano passado.
Cícero, que era oposição na última legislatura, declarou que era feita “maquiagem” dos números.
Zé Luiz questionou, entre outras coisas, onde foi aplicado R$ 8 milhões devolvidos pela Câmara no ano passado ao Executivo. A resposta é que foi utilizado para pagamento da construtora Replan.