Etanol tem nova alta e sobe em média R$ 0,20 nos postos de Marília
O consumidor já percebeu: abastecer o veículo ficou mais caro neste mês de fevereiro. No caso do etanol, o preço teve pelo menos dois aumentos em pouco mais de 15 dias. Com a última alta, a maior delas, o preço do litro subiu pelo menos R$ 0,20 nas bombas.
Em média, o litro do biocombustível em Marília passou de R$ 3,05 para R$ 3,20, podendo ser encontrado por até R$ 3,30. O aumento pode repercutir ainda na gasolina, que leva 27% e álcool anidro na composição.
O presidente regional do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo do Estado de São Paulo (Sincopetro), Gustavo César Henrique da Silva, afirma que os estabelecimentos são apenas a ponta de uma cadeia que ficou refém de grandes grupos econômicos.
“Não há o que fazer. Acabou o tempo em que havia usinas precisando fazer caixa, gerando uma flutuação de preço em determinadas épocas do ano. Hoje, a produção está na mão de conglomerados, que dominam o mercado. A margem no varejo é cada vez menor”, garante.
Cotação na fonte
Os números do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Universidade de São Paulo (USP), confirmam que o aumento dos postos é resultado de um repasse de sucessivos aumentos nas distribuidoras.
Há 15 dias, o etanol hidratado, conforme o Indicador Paulínia – principal referência para cotação – custava R$ 2.194,00 o m³ (mil litros).
Na última quinta-feira (11) o setor varejista pagou pelo mesmo volume do combustível R$ 2.401,00, um aumento de 9%. Na prática são os R$ 0,20 a mais que o consumidor vai pagar.
Sobre esse valor – custo para o varejo – ainda são incluídos frete e a cobrança de tributos como Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) e Programa de Integração Social / Contribuição para Financiamento da Seguridade Social (PIS/Cofins).
“Nesse intervalo (cerca de 15 dias) o preço do litro para o posto subiu de R$ 2,75 para R$ 2,99. Com essa carga tributária, com os custos operacionais que temos hoje, o preço na bomba (litro do etanol), para ter uma margem equilibrada, deveria ser de pelo menos R$ 3,499”, disse Gustavo.
Pesquisadores do Cepea identificaram em janeiro desse ano aumento de 20% na venda de etanol – aquisição do produtor. O incremento esteve atrelado à forte demanda pelo biocombustível, visando a reposição de estoques.
O mesmo resultado, sobretudo, não é esperado para um fevereiro sem carnaval e com pandemia ainda acentuada. A elevação dos preços também tende a ser fator de redução do consumo.