Lista de vacinados em Assis tem nova polêmica
A lista de nomes de pessoas vacinadas contra a Covid-19 em Assis (distante 75 quilômetros de Marília) é alvo de nova polêmica.
Desta vez, as irregularidades supostamente ocorreram durante a imunização nos profissionais de segurança. A lista foi divulgada nesta segunda-feira (12) e segundo denúncia, alguns nomes que constam no documento não se tratam de profissionais da área – moradores que teriam furado a fila.
Segundo informações obtidas pelo Marília Notícia, esposas de trabalhadores da segurança, estagiário e policial de reserva constam como vacinados. A vacinação deveria ocorrer somente para os profissionais que estão na ativa.
A ação ocorreu na sede do 32º Batalhão da Polícia Militar de Assis. Em nota, a PM informou que “seguiu as recomendações do PNI (Programa Nacional de Imunizações) e do PEI (Plano Estadual de Imunização) para vacinação contra a Covid-19, assim como os protocolos técnicos de ambas as instâncias, que preveem o aproveitamento de doses remanescentes em frascos abertos ao fim do expediente de imunização, se houver.”.
“O Comando de Policiamento do Interior – 8 (Presidente Prudente) instaurou sindicância para apurar os fatos”, finaliza o comunicado.
A Prefeitura de Assis publicou um esclarecimento em seu site dizendo que “a referida lista também já foi solicitada pelo Ministério Público Estadual, por meio do ofício n° 138/2021-6PJA-dgs, e requereu a sua publicidade”.
“Urge esclarecer que o município de Assis não participou de nenhum critério ou avaliação de elegibilidade para a vacinação dos profissionais de segurança pública de Assis. Todo o direcionamento, local e horário, organização da fila, pré-cadastramento e registro no sistema VaciVida ficou de total responsabilidade da Policia Militar e da equipe da Penitenciária de Assis”, afirma a administração.
“Coube ao município apenas realizar a aplicação do imunizante em parceria com a Grupo de Vigilância Epidemiológica do Estado (GVE 13 – Assis), pois a Policia Militar não tinha profissional qualificado para este fim. Já a Penitenciária de Assis que dispõe de uma equipe de saúde realizou a aplicação da vacina de seus servidores. As vacinas foram recebidas pela GVE 13 – Assis e encaminhada diretamente ao Comando da Policia Militar local, 32º. Batalhão e Penitenciaria de Assis, pois, não passou pela guarda do município”, finaliza a Prefeitura.
MP INVESTIGA
Na semana passada o Marília Notícia mostrou que após a lista ser divulgada, a vacinação já era alvo de apontamentos. Alguns nomes que constam no documento são questionados por não se tratarem de pessoas que pertencem a grupos prioritários.
Entre os listados, inclusive, estão membros de toda a família de um empresário da cidade. Todos constam na tabela como trabalhadores da área da saúde.
A Prefeitura disse em nota que “as doses recebidas pelo Governo do Estado de São Paulo foram repassadas aos órgãos de Saúde de Assis, cuja aplicação do imunizante é realizada de acordo com a relação de nomes dos profissionais fornecida pelos órgãos de Saúde, público e privado, do município, ou seja, órgãos de Saúde (definidos no Plano São Paulo) como clínicas, unidades escolares, entidades de saúde, hospitais públicos e privados, entre outros que estão na linha de frente de combate à Covid-19, são responsáveis pela relação dos vacinados”.
O Ministério Público do Estado de São Paulo (MP-SP) está investigando após receber denúncias de irregularidades. O órgão já havia recebido três delas, envolvendo cerca de 20 pessoas, antes da publicação da lista pelo município.
Após a publicação o órgão recebeu mais três denúncias, envolvendo cerca de 50 pessoas.
Inicialmente o MP-SP solicitará informações complementares à Secretaria Municipal da Saúde de Assis, para esclarecer qual o critério utilizado para a aplicação do imunizante.
De acordo com o Ministério Público, não ocorrerá divulgação dos nomes que foram denunciados, pois são necessárias maiores informações, já que em alguns casos, as denúncias podem estar desacompanhadas de qualquer fundamento jurídico ou fático.