Capitão Augusto e Dani Alonso pedem interdição urgente da rodovia BR-153

O deputado federal Capitão Augusto e a deputada estadual Dani Alonso formalizaram um pedido de interdição parcial da BR-153, por absoluta falta de segurança. O pedido foi protocolado junto ao Ministério Público do Estado de São Paulo (MP-Sp), exigindo providências urgentes diante das condições críticas e letais da estrada, que permanece sob concessão da empresa Triunfo Transbrasiliana, mesmo após 20 anos de promessas não cumpridas.
Capitão Augusto afirma que luta há mais de 10 anos por melhorias na BR-153. Desde o início de seu mandato, diz que tem cobrado soluções reais em diversas reuniões com o Ministério da Infraestrutura, TCU, MPF, ANTT e até o STF. Nada foi resolvido e a rodovia segue sendo palco de acidentes fatais, abandono e dor.
“A estrada está matando. E as autoridades competentes assistem de braços cruzados”, afirmou Capitão Augusto.
Diante da inércia das autoridades e do silêncio da concessionária, Capitão Augusto recorre agora ao MP do Estado, mesmo ciente do possível conflito de competência, e também exige ações do Ministério Público Federal (MPF) de Ourinhos, Marília e São José do Rio Preto, para que essa realidade não continue sendo ignorada.
Segundo o deputado federal, a BR-153 se transformou em um verdadeiro campo de guerra, com buracos, sinalização precária, obras inacabadas, ausência de acostamento e um completo desrespeito à vida humana. Ele afirmou que milhões em multas já foram aplicadas à concessionária, mas nenhuma ação efetiva foi tomada. A empresa continua faturando alto, enquanto pais, mães, filhos e trabalhadores seguem morrendo.
A situação é tão alarmante, que Capitão Augusto iniciou também a coleta de assinaturas para instaurar uma CPI da BR-153 na Câmara dos Deputados, com o objetivo de investigar os contratos de concessão, a responsabilidade da ANTT e a omissão da Triunfo.
“Não aceitaremos que uma empresa continue lucrando às custas do sofrimento do povo. É hora de dar um basta, exigir justiça e proteger a vida de quem não tem voz”, declarou o parlamentar.
Ao lado da deputada estadual Dani Alonso (PL), que lidera uma audiência pública na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp), os parlamentares exigem respostas imediatas da concessionária, cujo contrato teve origem ainda no governo Dilma Rousseff (PT).
“O povo não aguenta mais. Ou se toma uma atitude agora ou continuaremos contando mortos à beira da estrada. É urgente que o Ministério Público Federal solicite a rescisão do contrato com essa concessionária”, afirmou Dani Alonso.

MORTES NA REGIÃO
A rodovia Transbrasiliana (BR-153), importante via de ligação que corta o interior de São Paulo, tem sido palco de tragédias que evidenciam o abandono da infraestrutura rodoviária no país. Com uma pista simples, sem canteiro central, repleta de buracos e totalmente sem condições adequadas de tráfego, a BR-153 segue sendo uma armadilha mortal para motoristas e passageiros.
O cenário é ainda mais revoltante pelo fato de se tratar de uma estrada pedagiada, onde motoristas pagam para transitar por uma pista precária, sem receber em troca qualquer melhoria significativa.
De acordo com dados do Infosiga, entre julho de 2017 e novembro de 2024, 72 pessoas perderam a vida em acidentes na BR-153, apenas na região central do Estado. Os números são alarmantes e denunciam a urgência de ações concretas por parte das autoridades competentes e da concessionária responsável.
O município de Promissão lidera esse triste ranking com 20 mortes registradas. Em seguida, vêm Ocauçu com 13; Marília com oito; Ourinhos com seis; Campos Novos Paulista também com seis; Guaiçara com cinco; Getulina com quatro; Ribeirão do Sul com quatro; Guaimbê com três; e Salto Grande com duas mortes; e uma em Lins.
Somente em 2025, mais duas tragédias reforçaram o cenário de insegurança. Em Marília, o piloto Eduardo Nobor Barraca Imamura e seu filho, Bento Torres Imamura, morreram em um grave acidente. Já nesta semana, em Ocauçu, Leonardo Magalhães Tavares e Wesllem Francisley dos Santos também perderam a vida, engrossando a estatística de uma rodovia que há anos aguarda a tão prometida duplicação.
A BR-153, apesar de ser considerada uma das principais rotas de escoamento da produção agrícola e industrial do país, permanece em estado de calamidade. A falta de investimentos, a ausência de duplicação e de sinalização adequada, aliadas ao fluxo intenso de veículos, criam um ambiente extremamente propício a acidentes graves.