Agentes pedem inauguração do CDP de Álvaro de Carvalho
Aproximadamente 12 agentes que aguardam transferência para o Centro de Detenção Provisória (CDP) de Álvaro de Carvalho (distante 44 quilômetros de Marília) fizeram um protesto na manhã desta sexta-feira (3). Os servidores reivindicam que o CDP seja inaugurado.
Os agentes que moram na região, mas trabalham na grande São Paulo, alegam que a obra já está pronta há dois anos e ainda não foi entregue.
“A unidade se encontra pronta, a nossa reivindicação é voltar para casa, poder trabalhar próximo da nossa família”, disse um agente em um vídeo enviado ao Marília Notícia.
O protesto foi pacífico e contou inclusive com o apoio de uma viatura da Polícia Militar.
“Aqui é um protesto pacífico dos agentes de segurança no Centro de Detenção Provisória de Álvaro de Carvalho, onde a mesma unidade se encontra pronta há mais de dois anos. Nós estamos aqui todos lotados em São Paulo, querendo estar próximos das nossas famílias. O que nós estamos pedindo não é muito”, relatou o agente nas imagens.
Em maio, a Secretaria de Administração Penitenciária (SAP) afirmou ao site que “unidade prisional de Álvaro de Carvalho está inserida no Plano de Contingência da Secretaria da Administração Penitenciária e assim se manterá até a superação da grave crise de saúde pública instalada”.
“Os riscos inerentes da profissão sempre existirão, mas só de trabalhar próximo da família, isso não há dinheiro que pague”, diz o agente.
O CDP era para ter sido entregue em março deste ano, porém houve o cancelamento da inauguração. Na época, a pasta alegou ao MN, que “em razão das fortes chuvas na região, nos dias 9 e 10 de fevereiro, o início da operações foi suspenso”. A secretaria havia se comprometido a fazer a entrega até o final do primeiro semestre.
Nesta sexta, o site questionou novamente a SAP, que afirmou mais uma vez que “o Centro de Detenção Provisória de Álvaro de Carvalho tinha previsão de inauguração no mês de março mas, em razão das fortes chuvas que caíram na região, foi adiada para o início do mês de maio, após a realização dos reparos necessários”.
“Nesse ínterim, sobreveio a pandemia de Covid-19, o que exigiu a adoção emergencial de medidas de prevenção e de enfrentamento por parte da Secretaria da Administração Penitenciária. Diante do quadro de grave crise na saúde pública, a SAP prospectou cenários e avaliou soluções, sendo certo que o CDP de Álvaro de Carvalho foi inserido no Plano de Contingência da Secretaria da Administração Penitenciária, como Unidade capaz de abrigar pessoas privadas de liberdade em situação de contágio, observadas as etapas que antecedem essa medida”, diz o comunicado.
A SAP finaliza dizendo que “os presidentes dos sindicatos que representam a categoria, foram recebidos em audiência pelo titular da pasta, por duas vezes, oportunidade em que foram cientificados, com riqueza de detalhes, sobre as notícias que tratam da inauguração da unidade citada. Por isso mesmo, causa espécie a postura do(s) sindicato(s) em protestar pela inauguração da obra, uma vez que seus presidentes conhecem as circunstâncias que envolvem o contexto.”
Demora
O CDP de Álvaro de Carvalho disponibilizará 823 vagas e custou cerca de R$ 48,6 milhões do Governo do Estado de São Paulo.
A unidade deveria ter sido concluída em setembro de 2018. Após o atraso nas obras, um cronograma divulgado pelo Sindicato dos Funcionários do Sistema Prisional do Estado de São Paulo (Sifuspesp) depois de reunião com a SAP previa a entrega do CDP de Álvaro de Carvalho para fevereiro de 2019, mas a unidade enfrentava contratempos burocráticos.
A entrega do CDP contribuirá diretamente para a redução dos presos provisórios, que aguardam julgamento na Penitenciária de Marília.
Confira abaixo os vídeos enviados ao MN: