Operação Anemia tem alvo em Tupã; investigação apura fraude em importações
A Polícia Federal e a Receita Federal cumprem nesta quinta-feira (6) sete mandados de prisão e 53 mandados de busca e apreensão e sequestro de bens, expedidos pela Justiça Federal de Curitiba/PR. A cidade de Tupã está entre as cidades com alvos da ação policial.
Não foi detalhada qual seria a participação de moradores de Tupã no esquema. A polícia limitou-se a informar que as investigações, iniciadas em 2020, buscam desarticular uma organização criminosa que fazia importação de grandes quantidades de mercadorias, sem os devidos procedimentos legais.
Segundo a polícia, foi apurado que o grupo criminoso atuava desde 2014, introduzindo mercadorias irregularmente no país por meio da fronteira com o Paraguai, sobretudo eletrônicos, que eram distribuídos a diversos estados da federação.
Com a evolução da atividade criminosa, chamou a atenção das autoridades a intensa movimentação financeira, que era realizada por meio de laranjas e de empresas fictícias constituídas para dissimular o recebimento de recursos.
Teria ficado evidente que o grupo atuou também por meio de recursos virtuais ou criptomoedas, através da remessa de valores ao exterior.
Os investigados passaram então a adquirir produtos eletrônicos diretamente de fornecedores nos Estados Unidos, China e Hong Kong e contratar sua remessa para o Paraguai, de onde eram inseridos em território nacional.
O pagamento dos produtos era realizado por meio de uma complexa rede de empresas nacionais e no exterior (offshore) que, mediante utilização de criptomoedas, efetivariam a evasão de divisas e consequentemente a lavagem do dinheiro.
AGENTES PÚBLICOS
A organização criminosa contaria com uma rede de colaboradores de agentes públicos ativos e inativos para a atividade ilícita, em especial agentes da segurança pública. Assim, o cumprimento dos mandados é acompanhado pelas corregedorias da Polícia Civil, Militar e da Polícia Penal do Estado do Paraná.
Foi determinado judicialmente o bloqueio de bens e valores de quase R$ 400 milhões, de acordo com os levantamentos dos recursos financeiros movimentados pelo grupo criminoso.
As ordens judiciais expedidas pela 9ª Vara Federal de Curitiba preveem o sequestro, bloqueio e apreensão de bens imóveis, veículos, dinheiro em espécie, obras de arte, joias, criptoativos e outros itens de luxo ou de alto valor encontrados.