Amendoim com substância cancerígena é apreendido em Marília
Uma remessa de amendoim orgânico vinda do Paraguai foi confiscada por auditores fiscais em Marília, devido ao alto teor de aflatoxina, toxina altamente cancerígena. O nível encontrado no grão excedia os limites permitidos pela legislação brasileira para consumo humano. O incidente ocorreu no início de maio, mas só foi divulgado agora.
O auditor Eduardo Gusmão, responsável pela unidade regional do Mapa em Marília, explica que uma empresa local tem importado amendoim orgânico do Paraguai desde 2017. Este amendoim é processado para a obtenção de pasta orgânica e outros derivados, com destinos principais nos Estados Unidos, Canadá e países da União Europeia.
O amendoim orgânico entra no Brasil através do sistema de Vigilância Agropecuária (Vigiagro) em Guaíra ou Foz do Iguaçu, no Paraná. Amostras são retiradas para classificação do produto e análise de aflatoxina.
“As cargas de amendoim, após amostragem, são liberadas para transporte até o destino, com medida cautelar de apreensão de mercadoria”, diz em nota. Gusmão observa ainda que a demanda brasileira por esses derivados é bastante reduzida, restrita a nichos de mercado específicos.
A empresa importadora precisa aguardar os resultados da classificação para poder utilizar o produto. Se o teor de aflatoxina exceder o limite permitido, a carga é considerada inadequada e o detentor tem a opção de destiná-la para fins não relacionados ao consumo humano ou devolvê-la à origem.
Desde 2017, já foram devolvidas à origem 390 toneladas de amendoim orgânico.
A equipe regional do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) supervisionou o retorno do amendoim. O amendoim orgânico certificado é um produto importado, principalmente do Paraguai.
A aflatoxina é gerada por fungos do gênero Asperigillus e pode ser encontrada em amendoim, outros grãos oleaginosos e nozes. O consumo humano ou animal dessa substância pode resultar em efeitos cancerígenos, de acordo com o Mapa.