Lutador que “batia para educar” pega 23 anos de prisão
A Justiça de Vinhedo (a 83 km de São Paulo) condenou semana passada, o lutador de jiu-jítsu Tiago Ahmar de Moraes, 27, a 23 anos e quatro meses de detenção em regime fechado pela morte do filho, Yago Vinicius de Moraes, com golpes de artes marciais, em 24 de julho do ano passado. Na época, o menino tinha 2 anos.
Moraes foi preso em agosto de 2014. Ele tinha mandado de prisão expedido pela Justiça desde 28 de julho e estava foragido no Paraguai. Ao chegar na delegacia de Vinhedo (SP), após se entregar à polícia em Foz do Iguaçu (PR), o lutador negou ter batido no filho até a morte, mas admitiu que, em alguns momentos, batia para educar.
“Não matei meu filho. Eu já bati, mas para educar. A violência tem caráter pedagógico. Estou pagando por um crime que não cometi”, disse. O advogado de Moraes, Aryldo de Oliveira de Paula, disse que vai recorrer da decisão, mas Moraes continuará detido em Tremembé (SP).
A mãe da criança, Cristiana dos Santos Costa, que responde ao processo em liberdade, recebeu a pena de nove anos e quatro meses por omissão, mas poderá recorrer em liberdade.
Segundo a denúncia apresentada pelo Ministério Público, Cristiana sabia que Moraes espancava e torturava a criança, mas foi omissa, chegando a confirmar a versão do pai de que o menino havia caído de um brinquedo em um parquinho. Ela chegou a ficar dois meses presa, mas teve a prisão revogada e responde ao processo em liberdade desde então.
Yago morreu no Hospital de Clínicas da Unicamp no dia 26 de julho, depois de passar uma semana internado em estado grave. O laudo apontou traumatismo craniano e perfurações de órgãos vitais.
Fonte: UOL