Palmeiras repudia gesto racista de torcedor do Cerro
Mais torcedores brasileiros foram vítimas de gestos racistas em um estádio sul-americano. Um torcedor do Cerro Porteño foi filmado imitando um macaco em direção à torcida do Palmeiras nesta quarta-feira durante o duelo entre os dois times que terminou com vitória por 3 a 0 da equipe brasileira.
O vídeo que circula nas redes sociais mostra torcedores do Cerro provocando palmeirenses nas arquibancadas estádio General Pablo Rojas, em Assunção, no Paraguai. Um deles, então, surge emulando um macaco, cena lamentavelmente frequente nas arquibancadas dos estádios sul-americanos, repetindo o que fizeram torcedores do Boca Juniors 24 horas antes na Neo Química Arena, em direção a corintianos. Dois dos três argentinos detidos por racismo durante o jogo da Libertadores foram liberados nesta quarta-feira após o pagamento de fiança de R$ 20 mil.
Minutos após o vídeo começar a circular nas redes sociais, o Palmeiras se manifestou para reputar as manifestações racistas no duelo da Libertadores. “Não podemos aceitar que cenas como essas se tornem rotineiras durante a disputa do mais importante torneio de clubes da América do Sul”, posicionou-se o clube.
“Esperamos que as autoridades tomem as providências necessárias para coibir esse crime. É hora de darmos um basta à discriminação”, completou o Palmeiras, em texto publicado em suas redes sociais.
Até o momento, foram registrados, segundo levantamento do Estadão, ao menos nove casos de injúria racial contra torcedores brasileiros em jogos da atual edição da Copa Libertadores Palmeiras x Emelec, Corinthians x Boca Juniors, Estudiantes x Red Bull Bragantino, River Plate x Fortaleza, Olímpia x Fluminense, Millonarios x Fluminense, Universidad Católica x Flamengo, Corinthians x Boca Juniors (oitavas) e Cerro Porteño x Palmeiras.
No mês passado, a Conmebol, pressionada com a série de episódios de racismo nas competições que organiza, prometeu não aceitar mais atos de intolerância em seus torneios e anunciou mudança no Código Disciplinar, prometendo duras punições para jogadores, torcedores e até instituições. As penas variam de cinco jogos a US$ 100 mil. Antes, a multa não passava de R$ 150 mil. Jogos também podem ser disputados com portões fechados.
Foram quatro modificações no artigo 17, que trata de discriminação. “Qualquer jogador ou oficial que insulte ou atente contra a dignidade humana de outra pessoa ou grupo de pessoas, por qualquer meio, por motivos de cor de pele, raça, sexo ou orientação sexual, etnia, idioma, credo ou origem, será suspenso por um mínimo de cinco jogos ou por um período de tempo mínimo de dois meses”, traz o artigo 1.