Sindimmar cobra reajuste e marca protesto na Câmara
Em continuidade à campanha salarial para reajuste dos vencimentos, o Sindicato dos Trabalhadores dos Serviços Públicos do Município de Marília (Sindimmar) realiza nesta segunda-feira (21) um ato na Câmara Municipal, a partir das 17h.
A categoria cobra reajuste de 43,95% nos salários dos servidores, vale-alimentação com equiparação ao atual valor pago aos funcionários do Legislativo e extensão do benefício aos aposentados.
O sindicato tenta superar dois anos sem correção. As propostas foram aprovadas em assembleia realizada na última segunda-feira (15), de forma híbrida.
O município tem cerca de 4,9 mil servidores ativos na Administração Direta. São mais 2,2 mil aposentados e pensionistas, além dos trabalhadores das autarquias, que também fazem parte da base do Sindimmar.
Comunicado do sindicato aponta que os “servidores municipais podem estar passando pelo pior momento da história em Marília. Mesmo nos momentos mais difíceis, com gestores que estiveram perto de serem presos, por crimes cometidos contra a administração, os trabalhadores não chegaram a enfrentar a situação vivida atualmente. Se forem computadas as perdas salariais ao longo da história de Marília, os índices superam facilmente 50%, 60% ou até mais, em razão da desvalorização da categoria. Focando a história mais recente, da atual administração, as perdas chegam a 43,95%”, diz o documento.
A entidade alega que “o atual prefeito vem massacrando todas as categorias, promovendo a desunião, tentando tirar a autoridade do Sindimmar e aprovando um Plano de Cargos e Carreiras que beneficiou algumas categorias, mas excluiu outras. Sem contar a unificação de algumas funções, trazendo mais precariedade ao ambiente de trabalho”, diz a entidade representativa.
Conforme o Sindimmar, o plano de carreira teria achatado ainda mais a situação financeira dos trabalhadores da ativa, aposentados e pensionistas.
“O prometido reajuste de 2% não passa de migalhas, uma vez que a contribuição com o Instituto de Previdência do Município de Marília (Ipremm) passou de 11% para 14%, com um aumento de 3% no valor pago. Dessa forma, os servidores não tiveram qualquer aumento, já que vão ficar ainda com 1% negativo em seus salários. Afinal de contas, ele deu 2% e tirou 3%”, diz o Sindimmar.
O sindicato acusa que “toda essa manobra é orquestrada com o apoio de alguns vereadores, que se dizem amigos dos servidores, mas dizem amém a todos os desmandos da administração. Foram eles que aprovaram o aumento salarial do prefeito, em vigor desde 1º de janeiro deste ano. Somente o senhor Daniel Alonso passou a receber R$ 22 mil mensais, após o reajuste de 25%. Secretários passaram a receber, também a partir de 1º de janeiro, R$ 12 mil por mês, com aumento de 36%”.
Os servidores citam ainda que “nos últimos dias foram 13 novos cargos de ‘assessores’ e ‘assessoras’ para o gabinete de diversas secretarias. E o salário médio destes novos nomeados gira em torno de R$ 4 mil mensais, mais benefícios como a cesta básica, convênio médico e outras regalias”.
“É momento de fazer um levante entre todos os servidores. Porque mesmo aqueles que foram beneficiados de alguma forma pelo Plano de Cargos e Carreiras, no futuro vão ter sérios problemas para aposentar, para ter direito aos anuênios, licenças e outros benefícios sociais. O Sindimmar reitera que o momento é de união, de conscientização e mobilização no sentido de pressionar a administração para rever a condição a qual a categoria está sendo submetida”, pontua o comunicado.
Por fim, o sindicato afirma que “juntos os funcionários públicos são mais fortes e conseguem pressionar os políticos a reverem essa postura destrutiva de milhares de famílias. É tempo de arregaçar as mangas, para garantir os direitos conquistados e acabar com essa inversão de valores”.
OUTRO LADO
O Marília Notícia pediu um posicionamento para a Prefeitura sobre a situação, mas até o fechamento desta reportagem não houve retorno. O espaço segue aberto para manifestação.