Saúde mental de policiais civis em Marília preocupa
Dados obtidos pelo Sincopol (Sindicato Regional dos Policiais Civis do Centroeste Paulista) mostram que as cidades abrangidas pela Delegacia Seccional de Polícia de Marília registraram 21 afastamentos de policiais civis por problemas psicológicos apenas no primeiro semestre de 2017.
Antes disso, no período de cinco anos anteriores haviam sido 55 afastamentos.
Na Seccional de Polícia de Marília os afastamentos por problemas psicológicos como crises de ansiedade, síndrome do pânico e depressão começaram a aumentar em 2014, quando foram 12 afastamentos nesse sentido. No ano anterior haviam sido sete.
É importante observar que em alguns casos, o mesmo policial teve mais de um afastamento no período.
Em 2016, a região de Marília teve 13 afastamentos por esses motivos e em 2015 foram 16. O Sincopol teve de recorrer à Lei de Acesso à Informação para que a SSP (Secretaria de Segurança Pública) do Estado disponibilizasse os dados.
“Solicitamos em duas outras ocasiões informações sobre os afastamento que, na verdade, são provocados pelo estresse, pressão, falta de funcionários, acúmulo de serviços e precariedade das condições de trabalho, mas o Estado não respondia. Tivemos que apelar”, disse o presidente do Sincopol Celso José Pereira.
Outras Seccionais de Polícia abrangidas pelo Sincopol, como Assis e Ourinhos também têm registrado números significativos de afastamentos por questões psíquicas nos últimos cinco anos. Nas cidades da Seccional Assis, foram 19. Na Seccional Ourinhos, 28.
O ano de 2014 foi o último em que a categoria recebeu reajuste. Desde então, a inflação oficial já comeu 22,4% do poder de compra do salário dos policiais civis. Por outro lado, aumentaram as aposentadorias e o déficit de funcionários é de aproximadamente 50%.
De acordo com o presidente do Sincopol, Celso José Pereira, na região das Seccionais de Marília, Assis, Tupã e Ourinhos já existiram 700 policiais civis. Atualmente esse número não passa de 300.
“A precarização e o acúmulo de serviço são gravíssimos nas delegacias. Aumentam cada vez mais os afastamentos por problemas médicos e psicológicos”, afirma o sindicalista.