Tocha divide opiniões durante passagem
A passagem da tocha olímpica por Marília nesta terça-feira (28) dividiu opiniões na cidade. Enquanto muitas pessoas foram às ruas ver o fogo olímpico, tantas outras criticaram duramente o evento.
Sediar a passagem da tocha requer uma estrutura de segurança, sinalização viária, alteração no trânsito, além de atrações culturais em alguns municípios. E isso obviamente custa dinheiro.
Os valores variam conforme a cidade, indo de R$ 10 mil até R$ 180 mil. A Prefeitura de Marília não informou quanto foi gasto por aqui.
“Sério que essa porcaria conseguiu reunir tantas pessoas assim? Se fosse um monte de crianças admirando com a sua inocência eu acharia bonito ver, a paz e esperança nelas em meio a um país caótico. Mas um monte de marmanjo desses se matando para ver um fogo que está queimando nossos hospitais, nossas ruas, nossos empregos, nossa dignidade? Tenha dó viu, brasileiro merece mesmo o país que tem!”, disse Daniel Mendes pelas redes sociais.
“Parabéns pelo o apoio ao esporte, uma linda festa”, disse Gelson Andrade, que gostou da passagem. Pelo Whatsapp, um leitor do Marília Notícia, identificado apenas como João, lembrou que o evento atrapalhou o comércio: “As vendas já estão uma ‘beleza’, aí para tudo pra passar tocha!”.
Já Roberto Agutagawa apoia a iniciativa: Lamentável a crise que nosso país está passando. Mas os Jogos olímpicos não mudará nada essa situação. O problema está na corrupção do governo e isto já foi comprovado. Atletas olímpicos também tem família”.
O leitor Thiago Martins vai na mesma linha de Roberto,”sou a favor, esporte é sem dúvida a melhor maneira de retirar pessoas da pobreza e situações difíceis. O que sou contra é o desvio de verba que ocorre nesses eventos, mas isso não é culpa dos atletas e sim nossa, que elegemos esses corruptos ficha suja”.
Marcelo Alves dos Anjos reclamou dos transtornos criados pelo evento: “Sou contra, olha o transtorno que estão causando, desviando um monte de policiais que poderiam estar combatendo o crime”.
Eloá Cicotoste também reclamou. “Infelizmente foi um investimento altíssimo, sem previsão de retorno em benefícios para a população”, disse a leitora do MN.
O evento
Pouco depois das 11h00, a chama chegou à cidade pela Avenida Rio Branco, procedente de Paraguaçu Paulista, com um comboio de caminhões e ônibus das empresas patrocinadoras e sob organização da Força Nacional, Polícia Militar e Polícia Rodoviária.
O trajeto foi iniciado com a tocha carregada pelo mestre em Taekwondo Kun mo Bang. Depois, o trajeto observou as seguintes vias: Santo Antônio, Prudente de Moraes, 15 de Novembro, Rio Branco, São Luiz, Campos Salles, Sampaio Vidal, 9 de Julho, Ipiranga, Vicente Ferreira, Goiás e Pedro de Toledo até o cruzamento com a rua Sergipe.
No total, cerca de 30 pessoas carregaram a tocha, inclusive pessoas famosas como o narrador esportivo Osmar Santos; o autor de novelas Walcyr Carrasco e o presidente do Bradesco Luiz Carlos Trabuco Cappi. Todos eles tendo forte ligação com a cidade.
O encerramento da festa aconteceu por volta de 12h30, quando o paratleta Aurélio Guedes chegou ao palco montado na rua Sergipe, ao lado da Basílica de São Bento.
Também se apresentaram a Banda Marcial Cidade de Marília, Mestre Pereira e o grupo de Capoeira Brasil, grupo de Taiko Hibiki Wadaiko, uma academia e alunos da Emef Célio Corradi.
De Marília, a chama seguiu para Assis e posteriormente para os estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, devendo voltar a São Paulo, para novo giro pelo interior paulista e capital, a partir de 16 de julho.
A chegada ao Rio de Janeiro será em 4 de agosto. No dia 5 daquele mês, no estádio do Maracanã será realizada a cerimônia de abertura dos jogos com a participação de cerca de 200 países e 13 mil atletas. A solenidade será acompanhada por mais de 3 bilhões de pessoas em todo mundo.
A XXXI Olimpiada da era moderna será encerrada em 21 de agosto. Entre 7 e 18 de setembro, também no Rio, irá acontecer a Paralimpíada.