RIC Ambiental fala em abandono e culpa sucateamento por falhas no abastecimento

Artigo publicado pelo engenheiro Julio F. Neves, superintendente comercial e de comunicação da RIC Ambiental, e divulgado pela concessionária nesta segunda-feira (10) fala em abandono e culpa o sucateamento do sistema de abastecimento de água pelas falhas na prestação do serviço. A crítica foi publicada no site da empresa após recurso na Justiça sobre a intervenção da Prefeitura de Marília.
O documento aponta que a concessão dos serviços já era debatida há mais de uma década e era uma necessidade para evitar o colapso do sistema.
Segundo a RIC Ambiental, desde a elaboração do Plano Diretor de Água e Esgoto, em 2015, e sua revisão em 2019, o Poder Público vinha tentando postergar a “inevitável” implantação de um novo modelo de gestão. No entanto, somente em 2022, foi aprovada a lei complementar 938, que permitiu o avanço do processo licitatório para a concessão dos serviços. A empresa também mencionou que disputas políticas e judiciais teriam contribuído para atrasar ainda mais o processo.
No documento, o dirigente ressalta que a concessionária, desde que assumiu a operação, tem enfrentado desafios significativos, como a resistência de servidores do antigo Departamento de Água e Esgoto de Marília (Daem), que teriam se recusado a compartilhar conhecimento e aguardaram transferência para outras secretarias da Prefeitura. Ainda assim, a RIC Ambiental afirmou ter conseguido manter alguns profissionais-chave do antigo departamento e contratar especialistas para evitar o colapso do sistema.
Entre os problemas estruturais destacados na opinião estão os vazamentos na rede de abastecimento, que comprometem a pressão da água em vários pontos da cidade, e a deterioração das Estações de Tratamento de Água (ETA) Peixe e Cascata, que operam há mais de 50 anos sem reformas estruturais definitivas.
No documento, Neves informa que a empresa já iniciou a elaboração de estudos e projetos para a modernização e ampliação do sistema de abastecimento, além da setorização para otimizar a distribuição de água na cidade. Também destacou que o sistema produtor subterrâneo, responsável por quase 50% do abastecimento de Marília, já está sendo ampliado.
O dirigente ainda criticou a intervenção decretada em 26 de fevereiro de 2025 e falou em riscos operacionais de uma mudança abrupta na gestão. Segundo o texto, a solução dos problemas do abastecimento de água e esgoto exige conhecimento técnico e investimentos de longo prazo.
“O trabalho não pode parar, sob o risco do desabastecimento. Não é possível sanar determinadas situações, resultantes de décadas de degeneração, em poucos meses. Enquanto são planejadas e projetadas as soluções, a concessionária tem buscado diariamente mitigar os defeitos e oscilações, para evitar o colapso iminente que encontrou quando assumiu o serviço de abastecimento de água e esgotamento sanitário em setembro de 2024”, escreveu o superintendente.
Neves finaliza o comunicado afirmando que a dificuldade do serviço de água e esgoto em Marília, neste momento, é eminentemente operacional, e não de gestão administrativa e financeira. A solução, segundo ele, exige técnica e investimentos.
“A solução definitiva requer tempo, já que os projetos e obras não se consolidam ‘da noite para o dia’, e o avanço não pode parar, dado o compromisso que a concessionária tem com a população, para servi-la. Com essa atitude positiva e responsável, as equipes de colaboradores da RIC Ambiental permanecem atuando com compromisso, seriedade e dedicação para resolver as ocorrências diárias, da forma mais célere e eficaz possível”, conclui o superintendente.