Revitalização da área do MAC afasta moradores de rua
Para possibilitar a revitalização de área pública no bairro Maria Izabel, especificamente na rua 21 de Abril, atrás do Estádio Bento de Abreu Sampaio Vidal, onde joga o MAC, os pertences de moradores de rua deixados no local foram retirados pela Prefeitura.
Os materiais recolhidos foram levados para a Casa de Passagem, localizada na rua Sargento Ananias, onde podem ser devolvidos aos donos, que também são convidados a participarem das ações organizadas pela Secretaria de Assistência e Desenvolvimento Social.
De acordo com a chefe da pasta, Wania Lombardi, a ação foi calculada e antes de serem recolhidos colchões e outros materiais do local, os moradores de rua foram comunicados de que o espaço passaria por obras.
São previstos, por exemplo, limpeza, pintura e melhoria da iluminação pública na área. A demanda é antiga por parte dos moradores da região, que também se constrangem com a presença dos andarilhos.
Como já mostrado anteriormente pelo Marília Notícia, a presença de dezenas de moradores de rua e usuários de drogas na praça da Emdurb (Empresa de Desenvolvimento Urbano e Habitacional de Marília) e no entorno do estádio Abreuzão, continua incomodando muito parte da população do local.
Brigas, sexo ao ar livre e pessoas usando as calçadas como ‘banheiro’, são situações relatadas com frequência na região.
Wania frisa que acompanhou todo o procedimento e que a abordagem foi totalmente humanizada, “diferente de outras ações truculentas que já foram feitas na cidade no passado”. De acordo com ela, não se trata de uma ação isolada, mas calculada e feita por técnicos.
“A ação é parte do projeto Reviver, uma ação intersetorial do município, entre Assistência e Desenvolvimento Social, Saúde, Justiça, Ministério Público e polícia, para traçar políticas públicas para pessoas em situação de rua”, afirma a secretária.
Os moradores de rua afetados na ação estão sendo encaminhados para Centro Pop (que oferece atividades para esse público) e outros serviços municipais.
“Não estamos proibindo ninguém de ficar em qualquer lugar. Mas aquele espaço será revitalizado. Estamos recolhendo o que é deixado ali”, garante Lombardi.
Esmola não ajuda
Um dos grandes problemas enfrentados pela secretaria é ajuda que voluntários fazem no local.
Logo após a ação desta semana, ONGs e grupos de voluntários (muitos ligados a igrejas) voltaram a entregar colchões, cobertas, marmitas e outros produtos para andarilhos que frequentam a área próxima ao MAC, atrapalhando o desenvolvimento do programa.
“Entendemos essas pessoas, que tem bom coração, mas fazemos um apelo para que não façam isso, pois isso ajuda a manter as pessoas nas ruas. As marmitas acabam sendo trocadas por drogas, então a abordagem correta é a oferta de serviços e programas específicos, não esmola”, conclui Wania.