Mariliense viraliza ao cobrar Justiça para o pai baleado; suspeito foi ouvido e solto

Uma jovem de 25 anos, natural de Marília, tem mobilizado as redes sociais em busca de justiça pelo pai, baleado no interior de Goiás. Giovanna Casagrande, filha de Alexandre Casagrande, de 54 anos, se revoltou com a decisão da Polícia Civil de liberar o suspeito do crime após depoimento. Ela tem cobrado providências das autoridades, em um apelo que já atingiu mais de 6,5 milhões de pessoas.
O crime aconteceu no dia 7 deste mês, na cidade de Israelândia (GO), onde Alexandre trabalhava em uma fazenda. Segundo testemunhas, ele teve uma discussão acalorada com um homem identificado como Gustavo, com quem já tinha desavenças antigas.
Após a briga, o suspeito deixou o local e, pouco tempo depois, retornou armado, efetuando um disparo que atingiu Alexandre no pescoço. Colegas de trabalho impediram que ele fizesse um segundo disparo.
MOTIVAÇÃO DO CRIME
O conflito entre Alexandre e Gustavo teria origem em desentendimentos comerciais e acusações mútuas. Alexandre acusava o suspeito de dívida e de tentativa de furto, fato que virou motivo de processos e discussões públicas na cidade.
No dia do crime, segundo testemunhas, durante a discussão, Alexandre teria chamado Gustavo de “ladrão safado”, enquanto o suspeito respondeu que ele era “louco” e que “precisava de tratamento”.
Ao se afastar do local, Gustavo teria dito: “Eu tô te devendo? Então eu vou te pagar”. Ao retornar, o suspeito gritou: “Eu não tenho coragem?” e efetuou o disparo que deixou Alexandre gravemente ferido.
ESTADO DE SAÚDE CRÍTICO
Após ser atingido, Alexandre foi socorrido até uma unidade de saúde de Israelândia, mas a família denuncia a demora no atendimento. Foram necessárias oito horas até a realização da cirurgia em Goiânia (GO).
Durante o percurso, Alexandre sofreu dois AVCs, teve a traqueia quebrada e apresenta quadro gravíssimo, com a bala alojada na coluna e risco de lesão na medula. Ele permanece internado em uma UTI, em coma induzido, com possibilidade de sequelas irreversíveis, como tetraplegia.
O caso foi registrado como tentativa de homicídio qualificado, por motivo fútil e uso de recurso que dificultou a defesa da vítima.
O suspeito se apresentou à Polícia Civil alguns dias depois, acompanhado de advogado. Ele confessou o crime, alegando ter agido por “violenta emoção”, e foi liberado, pois não havia mais possibilidade de prisão em flagrante.
Após depoimento, o homem indicou onde havia escondido a arma e as munições, que foram localizadas quatro dias depois pela polícia em uma área de mata.
A investigação foi concluída com o indiciamento do suspeito e pedido de prisão preventiva, que agora aguarda análise do Ministério Público do Estado de Goiás.
CLAMOR POR JUSTIÇA
Giovanna, filha da vítima, tem feito fortes apelos nas redes sociais, que já somam mais de 6 milhões de visualizações no TikTok e meio milhão no Instagram. Ela cobra providências e questiona:
“O que mais falta? Tem testemunha, tem confissão, tem a arma apreendida. Meu pai estava indefeso. A gente não consegue entender o motivo de ele estar solto.”
Ela também relata que a família tem sido alvo de mensagens de deboche por parte de pessoas ligadas ao suspeito, que minimizam a gravidade do crime e tentam justificar o ato.
A família de Alexandre apela ao governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), à Polícia Civil e ao Ministério Público para que haja uma atuação mais rigorosa no caso.