Mariliense assiste abertura da Copa e conta sobre experiência na Rússia
O mariliense Renan Beca, de 32 anos, teve o privilégio de assistir nesta quinta-feira (14) ao jogo de abertura da Copa do Mundo de 2018 na Rússia. Na ocasião, a seleção anfitriã goleou por 5 a 0 a Arábia Saudita.
Em entrevista ao Marília Notícia ele disse que o custo de vida dos russos é parecido com o do Brasil e, tirando as passagens, a viagem não fica tão cara. O ingresso do jogo, esse sim ficou caro. Quase US$ 320 (dólares) – aproximadamente R$ 1,2 mil.
“Como sou corinthiano, sai bem mais barato para ver o Corinthians aqui”, fala rindo o engenheiro, que tem a família em Marília, mas atualmente por conta do trabalho mora em São Caetano do Sul. “É uma experiência única, vale a pena. E ainda vi uma goleada de 5 a 0. Foi bom até. Estádio lotado”, completa.
Beca explica que sempre gosta de viajar para destinos menos óbvios e a Rússia já estava em seu radar. Com a Copa do Mundo ele aproveitou a oportunidade.
A língua falada foi considerada pelo viajante um obstáculo. Em tese, na Copa o país estaria mais preparado para falar o inglês, mas não é bem o que aconteceu. “Fui em balada lá, mas não consegui desenrolar muita coisa por causa da dificuldade da língua, ninguém fala inglês”.
Nos restaurantes era preciso mímica para falar com garçons, ou apelar para o fast food, já que no McDonald’s fica mais fácil de ver e apontar o produto.
Mesmo com a dificuldade de comunicação, Beca afirma que a viagem foi incrível. Onde mais seria possível ver alguém (talvez até um mafioso russo) entrando com um tigre em um restaurante fino, por exemplo?
O viajante também se impressionou com os diversos arranha-céus com mais de 80 andares e prédios monumentais feitos sob o comando do ditador comunista Josef Stálin. Beca adorou comer o tradicional caranguejo gigante – king crab – além de tomar as melhores vodcas do mundo a preço módicos.
O engenheiro mariliense também exalta outros pontos fortes, como Moscou em si, descrita como muito bonita com sua praça vermelha – fechada para uma festa da Copa – e suas famosas basílicas.
Na conversa com o MN o visitante fala que a viagem serviu para desconstruir alguns preconceitos muito comuns contra os russos.
“Pensava que fosse um país totalmente quebrado, muita gente pobre, pessoal pensando em guerra e violência e etc, mas a hora que chegamos lá foi completamente o contrário. Uma cidade muito rica, com gente muito rica, muito dinheiro mesmo”, conta. Já o estereótipo de russos frios e duros pareceram fazer sentido para o viajante.
Beca diz que utilizar o metrô em Moscou foi uma experiência interessante. Construídos para suportarem ataques nucleares, ele conta que os túneis ficam bem abaixo da terra. “Dois minutos e meio descendo a mesma escada rolante, como se fosse normal”.
No transporte público subterrâneo, tombado como patrimônio histórico, apesar da estética chamativa descrita pelo mariliense, mais alguns perrengues por causa da língua: “Não sabíamos nunca se estávamos indo para o lado correto, mas acabava dando certo. No entanto, sem um aplicativo de mapas e trajetos no celular fica difícil de se locomover”.
Uma história inusitada contada pelo engenheiro sobre sua viagem envolve a corrida espacial. Já que estava na Rússia, especificamente em uma das mais antigas ruas de Moscou onde os turistas vão comprar matrioskas para darem de presente, ele resolveu tatuar o cosmonauta russo Iuri Gagarin, primeiro homem a visitar o espaço.
Brasil
Antes de chegar em Moscou, Beca passou por outros lugares na Europa, como Londres e Viena. Depois se encontrou com uma amiga que estava na Itália para a aventura na Rússia.
Ele não iria assistir a nenhum jogo da seleção verde e amarelo, mas tinha em seus planos ver uma partida da Argentina – cujos torcedores inundaram a capital russa durante a passagem do entrevistado por lá. “Não vi muitos brasileiros, pois os primeiros jogos não são em Moscou”, contou.
No entanto, o jogo dos “hermanos” teve que ficar para uma próxima viagem. Imprevistos em São Paulo exigiram que Beca voltasse antes do planejado ao Brasil.
A reportagem falou com ele enquanto se preparava para embarcar a caminho da Letônia para chegar na Inglaterra e retornar para casa de avião. “Pelo menos vendi o ingresso do jogo da Argentina por três vezes mais o que paguei”, brinca.
Se voltaria para a Rússia? O mariliense garante que sim.