Marília tem 3,1 mil moradores às margens da sociedade

O Censo Demográfico de 2022, divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), revelou um retrato detalhado da população que vive em favelas e comunidades urbanas de Marília. Ao todo, 3.190 pessoas residem nessas áreas, que concentram parte significativa da população em situação de vulnerabilidade social. Os dados podem evidenciar desigualdades raciais e de distribuição territorial.
Entre os bairros com maior número de moradores vivendo em comunidades urbanas, destacam-se Vila Barros, com 592 pessoas, Argolo Ferrão, com 492, e Parque das Azaleias, com 380. Essas três localidades concentram mais de 45% de toda a população que vive em favelas no município. Também aparecem com destaque os bairros Tofolli, com 263 moradores, e Santa Antonieta II, com 222.
A composição racial desses territórios pode revelar um cenário marcado por desigualdades históricas. A maioria dos moradores se autodeclara parda, somando 1.636 pessoas (51,29%) — mais da metade do total. Em seguida, estão os que se declaram brancos (1.127), com 35,33%; e pretos (413), que somam 12,95%. Já a população amarela representa um número quase simbólico, com apenas quatro pessoas registradas.
Os dados revelam que mais de 64% da população das favelas de Marília é composta por pessoas negras (pretas e pardas), o que tende a evidenciar uma ligação histórica entre raça, território e exclusão social. As favelas do município não são apenas espaços de carência material — também concentram a maior parte da população negra e pobre, à margem das políticas urbanas de inclusão.

Marília conta com 13 comunidades urbanas oficialmente reconhecidas pelo IBGE como favelas ou assentamentos precários. A Vila Barros conta com com 592 moradores, sendo 290 homens e 302 mulheres. Lá, a maioria da população se declara parda (294 pessoas), seguida por 220 brancos e 74 pretos. Em seguida aparece o Argolo Ferrão, com 492 residentes (251 homens e 241 mulheres), também com predominância de pardos (244), além de 162 brancos e 81 pretos.
O Parque das Azaleias, com 380 moradores (195 homens e 185 mulheres), também segue esse padrão, reunindo 201 pessoas pardas, 124 brancas e 54 pretas. Já o Tofolli abriga 263 moradores (127 homens e 136 mulheres), sendo 155 pardos, 74 brancos e 34 pretos. No bairro Santa Antonieta II vivem 222 pessoas (117 homens e 105 mulheres), das quais 96 se declaram pardas, 99 brancas e 27 pretas.
A comunidade do Parque das Nações, com 206 moradores (107 homens e 99 mulheres), tem 95 pessoas pardas, 86 brancas e 25 pretas. Já no Jardim Eldorado, conhecido como Bronks, vivem 203 pessoas (103 homens e 100 mulheres), sendo 103 pardas, 80 brancas e 20 pretas. O Jardim Santa Paula reúne 196 moradores (91 homens e 105 mulheres), dos quais 118 são pardos, 60 brancos e 18 pretos.
O bairro Alcides Matiuzzi conta com 192 pessoas (103 homens e 89 mulheres), entre elas 118 pardas, 56 brancas e 18 pretas. O Jardim Virgínia, também chamado de Bugrinho, tem 143 moradores (74 homens e 69 mulheres), com 57 pardos, 57 brancos e 25 pretos. Já o Parque das Vivendas abriga 141 moradores (82 homens e 59 mulheres), com 67 pardos, 59 brancos e 15 pretos.
As duas menores comunidades são as que vivem no trilho da Fepasa, com 92 pessoas (48 homens e 44 mulheres), sendo 48 pardas, 32 brancas e 12 pretas; e o Homero Zaninoto, com 68 moradores (39 homens e 29 mulheres), dos quais 40 são pardos, 18 brancos e 10 pretos.