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Entrevista da Semana
seg. 28 abr. 2025
BANDA MARCIAL

‘Marília sempre teve tradição com bandas e é isso que a gente está resgatando’, diz instrutor

Marcos da Silva, da Banda Marcial Cidade de Marília, fala sobre a história de 30 anos da entidade e vagas abertas.
por Alcyr Netto
Marcos Aparecido Geraldo da Silva é o responsável pela evolução e apresentação da Banda Marcial (Foto: Arquivo Pessoal)

Há três décadas, a música e a disciplina marcam a trajetória de Marcos Aparecido Geraldo da Silva na Banda Marcial Cidade de Marília. Ele começou sua história ainda jovem, aos 20 anos, como instrutor da antiga banda do Senac. Quando a instituição encerrou suas atividades musicais, em 1995, acompanhou a transição para a Prefeitura, que herdou os instrumentos e fundou oficialmente a atual banda. Desde então, ele segue firme ao lado do maestro Clairton Vieira Basta, que também iniciou sua trajetória musical na antiga banda do Senac.

Silva é responsável pela parte da apresentação, uma função fundamental dentro da Banda Marcial. Sua missão é garantir a ordem, a uniformidade, o garbo e a postura dos integrantes, seguindo as tradições. Com sua experiência, ele comanda o grupo para que, além de tocarem bem, também impressionem pelo visual e pela disciplina nos desfiles e concursos.

Atualmente, a Banda Marcial Cidade de Marília conta com cerca de 55 integrantes, entre músicos e componentes da linha de frente. Já houve épocas em que o grupo ultrapassava 100 participantes, mas a pandemia de Covid-19 impactou severamente sua estrutura. A banda está com vagas abertas para novos integrantes, a partir dos 11 anos de idade. Não é necessário saber tocar instrumento, sendo que a formação é oferecida gratuitamente, com direito a uniforme, instrumento e transporte.

***

MN – A Banda Marcial Cidade de Marília completou 30 anos. Como foi o início dela?

Marcos Aparecido Geraldo da Silva – A gente está aqui desde 4 de abril de 1995. A banda, na verdade, surgiu depois que a gente saiu do Senac. Foi quando a Prefeitura assumiu o trabalho. Já faz 30 anos que teve início a Banda Marcial Cidade de Marília. Antes era Banda Marcial do Senac.

Marcos era da Banda do Senac e está na Banda Marcial Cidade de Marília desde o seu início (Foto: Arquivo Pessoal)

MN – Qual é a sua função na Banda Marcial?

Marcos – A minha parte é a parte de apresentação, da ordem unida e da evolução da banda. Ela é dividida na parte musical e na parte de apresentação. O primeiro instrumento que o Clairton aprendeu na banda foi o trompete, fazendo parte da banda do Senac também. Devia ter uns 12 ou 13 anos de idade. Ele fez parte da banda e eu entrei também. Eu era o comandante na época, que puxava a banda e direcionava ela. Antes era comandante, mas hoje mudou.

MN – Quais aspectos o senhor cuida na apresentação?

Marcos – Minha parte é de apresentação, minha parte ordem, uniformidade, garbo, postura e disciplina.

MN – Quantas pessoas fazem parte hoje da banda?

Marcos – Na época da pandemia, a banda ganhou uniforme novo, só que nem deu para estrear, porque a banda ficou parada praticamente dois anos. Nós perdemos muitos integrantes e agora, neste ano, a gente saiu de novo no desfile do aniversário de Marília, no dia 4 de abril, com 35 músicos, mais 20 de frente.

Banda Marcial Cidade de Marília já foi considerada uma das melhores do Brasil (Foto: Arquivo Pessoal)

MN – Tem vagas para quem quiser aprender um instrumento e fazer parte da banda?

Marcos – Temos vagas abertas para quem queira entrar fazer parte. Seja da parte musical ou parte de linha de frente. A partir de 11 anos de idade já pode fazer parte da banda. Não precisa saber tocar nenhum instrumento. A banda dá o instrumento, o uniforme, o auxílio de ônibus e ainda tem um lanche. É só a pessoa ter vontade de querer, vir aqui na sede da banda, que fica na avenida Brasil, 252, em frente ao terminal.

MN – Tem idade limite para participar?

Marcos – Tem um pessoal que está na banda hoje, tocando com a gente, que tem mais de 30 anos de idade. Eles estão há muitos anos e seguem com a gente, mas para quem quer entrar agora, tem um limite. Quando tem apresentação comum, eles participam, mas quando é um concurso, não podem participar, pois nossa banda é juvenil, com idade até 18 anos. Por isso a gente não pega quem tem mais de 18. Quem já faz parte da banda e começou antes dos 18 anos, prossegue com a gente.

MN – Vocês participam de muitos concursos?

Marcos – Desde a pandemia para cá, a banda deu essa caída. Estamos preparando a banda para isso. Temos vagas abertas e queremos mais integrantes, justamente para voltar a participar do concurso. No passado, já ganhamos concurso estadual e já fomos a terceira melhor banda do Brasil, além da primeira banda do Estado na nossa categoria.

Marcos junto com integrantes da Banda Marcial Cidade de Marília (Foto: Arquivo Pessoal)

MN – Como funciona a estrutura de uma banda e quais são os seus integrantes?

Marcos – A banda se divide basicamente em instrumento de percussão, que tem a caixa, o bumbo, o prato. Tem os instrumentos parados, o gongo sinfônico, tem a parte de teclas, que tem a marimba, a parte de sopro, com o trompete, o pistão, o trombone, a tuba.

MN – O que diferencia uma banda marcial de uma banda musical?

Marcos – Ela não tem instrumento de paleta. A gente não tem saxofone, não tem clarinete, não tem flauta. Temos trompete, trombone, bombardino, mas outros instrumentos de sopro não fazem parte da nossa banda.

Apresentação noturna da Banda Marcial Cidade de Marília (Foto: Arquivo Pessoal)

MN – Qual é normalmente o primeiro instrumento que o jovem aprende?

Marcos – O maestro deixa essas crianças bem à vontade. Você não pode matar o sonho da criança. Se a criança tem um sonho de tocar bumbo, por exemplo, ele não vai conseguir, pois é grande e pesado. Então a gente vai se adaptando ao instrumento que ele vai se dar melhor. Nada impede que depois, quando for maior, consiga tocar o bumbo. Se no trompete ele está tendo dificuldade com a embocadura, vamos direcionar para um trombone, que tem um bocal maior. Conforme a aptidão do menino ou da criança, a gente vai encaixando o instrumento ideal para ele.

MN – Na Banda Marcial Cidade de Marília, eles também aprendem partitura?

Marcos – Aprendem todo o processo. Tem que aprender a parte de leitura, que é uma parte, vamos dizer, “mais chatinha”, mas tem que saber as notas, onde fica o dó, onde fica o ré, onde fica o mi, o que é uma clave de sol, o que é uma clave de fá. Tudo isso aprende na banda.

Banda Marcial Cidade de Marília mantém tradição da cidade (Foto: Arquivo Pessoal)

MN – Primeiro aprende a teoria ou aprende junto com a parte prática?

Marcos – Antigamente a gente ficava mais de 30 dias pegando a parte teórica. Hoje mudou muito. Hoje em dia o aprendizado é mais dinâmico. Se ficar um negócio muito maçante, os jovens desistem. Já fazem a parte teórica junto com a parte prática. Fica mais dinâmico, mais rápido e mais interessante para a criança.

MN – E como funciona a sua parte de apresentação?

Marcos – A minha parte é a mais chata. Porque é a parte que a gente tem que estar marchando. Então o pessoal tem que ficar comigo uma hora marchando e não pode sair fora do alinhamento. Todo mundo tem que estar com o mesmo passo. O instrumento tem que estar tudo na mesma altura, tem que ter uniformidade e garbo. Tem que ter postura e isso também é ensinado. Saber virar para a esquerda, direita, saber fazer a volta. É uma banda marcial, que deriva do militarismo. Não pode olhar para o lado, porque senão desalinha.

Banda Marcial Cidade de Marília completou 30 anos no dia 4 de abril (Foto: Arquivo Pessoal)

MN – Nos Estados Unidos existe uma tradição muito grande de bandas marciais. Qual a diferença para o Brasil?

Marcos – Você tocou num ponto que a gente está tentando implementar agora com esse novo governo. Nos Estados Unidos eles aprendem música nas escolas. Desde o primário, ele já tem aula de música. Quando chega na universidade, tem a banda da universidade, que vai tocar nos jogos universitários. Nós estamos tentando implementar isso aqui nas escolas. Vamos começar com um trabalho de base. Já temos um projeto piloto para começar com uma bandinha nas escolas, para você criar esse hábito.

MN – Hoje em dia é mais difícil ter interessados?

Marcos – Hoje os jovens têm muitas opções. Hoje eles têm celular e tem muito atrativo. A música é um negócio muito bacana, mas você tem que implementar algo novo para terem o gosto. Senão você não consegue mais.

MN – Apesar de não existir uma grande tradição no país, Marília já teve várias bandas marciais?

Marcos – Marília já teve a banda do Senac, já teve a banda do Cristo Rei, já teve a banda da Associação de Ensino, que hoje é a Unimar. Teve a banda da escola Professora Sylva Ribeiro de Carvalho, a banda do Colégio Bezerra de Menezes. Marília tem muita tradição em bandas, mas é difícil você manter. Não são instrumentos baratos, porém, duram bastante. Tem que ter uma estrutura. Hoje em Marília só tem a Banda Marcial. Marília sempre teve tradição com bandas e é isso que a gente está resgatando.

Marcos acompanha apresentação da Banda Marcial Cidade de Marília (Foto: Arquivo Pessoal)

MN – Como tem sido o relacionamento com o novo governo municipal?

Marcos – Esse novo governo, com a nova secretária, veio conversar com a gente. A primeira coisa é resgatar a banda de novo. Tivemos o desfile e a Esquadrilha da Fumaça. Umas coisas que fazia tempo que a gente não tinha. Por enquanto a gente não tem agendado nada, mas a gente fica aberto para convites. Temos recebido um grande apoio da Secretaria da Cultura.

MN – Quais tipos de músicas vocês tocam?

Marcos – Desde músicas clássicas até as populares.

MN – Quando acontecem os ensaios?

Marcos – A banda tem ensaios de segunda a sexta-feira. Todos os dias. Sábado é o ensaio geral, que é quando a gente pega a parte de marcha junto com a parte musical. A gente ensaia dentro da banda primeiro e depois a gente vai para rua. Marcha não tem jeito, tem que ser na rua.

MN – Quando vocês participam de um concurso, fazem uma coreografia específica para essa competição?

Marcos – O concurso é o seguinte. Ele é dividido na parte musical e na parte de apresentação. Então o jurado na parte da apresentação, ele não está lá para ver o que está certo. Ele vai ver o que tem de errado. Então ele julga o uniforme, se está todo mundo bonitinho, passadinho, a uniformidade, se todo mundo está com postura, o alinhamento. Você tem que chegar em frente ao palanque bonitinho. A nota vai de zero a 10. Depois vem a parte musical, que tem a afinação, harmonia, arranjo. Por isso tem que ser peças bem executadas.

MN – Como as pessoas podem participar?

Marcos – Quem quiser participar é só ligar no meu telefone que é o (14) 9 9831-0899. Não precisa saber tocar. Menina ou menino. É só ligar e a gente vai começar a ensinar. Não precisa saber nada, basta querer. A gente dá o passe de ônibus e tem um lanche na banda. Temos vagas abertas.

Banda Marcial Cidade de Marília durante apresentação (Foto: Arquivo Pessoal)
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