Mães marilienses sofrem com falta de leite especial
Mães que precisam de leite especial para crianças com intolerância estão com dificuldades para conseguir ajuda na rede Estadual e Municipal de saúde em Marília.
A catadora de recicláveis Simone da Silva, de 25 anos, precisa do leite em pó Neocate para o filho de 4 anos que tem asma crônica e alergia alimentar.
“A saúde do Davi é bem complicada, ele já sofreu três paradas respiratórias e uma parada cardíaca, além de desenvolver uma atelectasia, que é uma complicação respiratória que impede a passagem de ar suficiente. Ele tem restrições alimentares e não pode tomar leite de vaca. Apenas o indicado pela médica que o acompanha”, disse Simone.
As latas de leite em pó eram disponibilizadas pela Secretaria Estadual de Saúde. Assim que diagnosticada a doença, a catadora levou a documentação no DRS (Departamento Regional de Saúde) e passou a receber o leite. Mas agora o fornecimento foi cortado por uma suposta falta de documentação.
“No começo eu recebia dez latas, depois passaram a mandar oito e depois mais nenhuma. Me disseram que eu não entreguei laudo médico comprovando a alergia dele. Dei entrada no tal exame, mas disseram que vai demorar muito pra ser feito. Cada lata custa em média duzentos reais. Por mês ele utiliza 15 latas. Eu não tenho condições e estou vivendo de doações”, contou Simone.
Na rede municipal as fórmulas infantis também estão em falta. A dona de casa Érica Aguiar, de 30 anos, tem uma filha de dois meses que precisa de complementação alimentar. Ela entrou com o pedido na Secretaria Municipal de Saúde, mas até o momento não recebeu as latas.
“Minha filha é prematura e o pediatra constatou que ela está abaixo do peso. Indicou a complementação com a fórmula infantil. Dei entrada com o pedido no outro dia, mas estou há um mês esperando”, contou Érica.
A intolerância é decorrente da dificuldade do organismo em digerir a lactose, que é o açúcar do leite, devido a diminuição ou da ausência de lactase, que é a enzima que a digere.
A reportagem do Marília Notícia enviou e-mail pedindo o posicionamento da Secretaria Estadual e Municipal de saúde, mas até o fechamento desta matéria não obteve retorno.