Justiça pronuncia Fabrício Arena a júri popular
A Justiça de Pompeia (distante 31 quilômetros de Marília) pronunciou a júri popular o psicólogo Fabrício Buim Arena, de 36 anos, acusado pelas mortes de Cristiane Pedroso Arena, de 34 anos, e da filha dela, Karoline Vitória, de nove. O crime bárbaro chocou a vizinha e pacata cidade.
A decisão ocorreu no dia 28 de setembro, mas ainda não foi divulgada no Diário Oficial. O caso tramita sob sigilo.
A Justiça acatou denúncia do Ministério Público do Estado de São Paulo (MP-SP), que indiciou o psicólogo pelos crimes de duplo homicídio com as qualificadoras de motivo torpe, meio cruel e recurso que dificultou a defesa da vítima, além duplo feminicídio, dupla ocultação de cadáver e corrupção de menor.
O acusado permanece preso preventivamente na Penitenciária de Tremembé e pode recorrer da decisão.
Ainda deve ser esclarecida a divergência entre o depoimento de Fabrício e a perícia do Instituto Médico Legal (IML). O homem afirmou que matou Karoline asfixiada, mas laudo mostra que a menina morreu devido a um traumatismo craniano, causado por uma violenta pancada na cabeça.
A adolescente de 16 anos, acusada de participação nas mortes da própria mãe e da irmã, já foi sentenciada pela Justiça a cumprir no máximo três anos de internação.
O CRIME
Cristiane Arena, de 34 anos, e Karoline Vitória, de apenas nove, foram assassinadas e enterradas no quintal de uma residência no bairro Distrito Industrial, em Pompeia.
A mãe estava sob um contrapiso que havia sido feito recentemente para ocultar o corpo. Já a menina em uma cova mais profunda, próximo de uma árvore e uma piscina, sendo necessário o uso de uma escavadeira para retirar o corpo.
As duas estavam desaparecidas desde o fim do ano passado. A polícia começou a investigar o caso após receber, através do Conselho Tutelar, denúncia de suposto cárcere privado. Os policiais se dirigiram até o imóvel diversas vezes, até localizarem na residência apenas o homem e a outra enteada.
Os dois afirmaram à polícia que Cristiane havia abandonado a casa junto com Karoline para morar com outro homem. A adolescente teria confirmado a versão de abandono por parte da mãe.
Enquanto Cristiane estava desaparecida, a irmã dela usava as redes sociais para tentar encontrá-la. A mulher chegou a declarar em vídeos que não acreditava que Cristiane tivesse desaparecido. Ela também afirmou que a sobrinha de 16 anos estava se relacionando com o padrasto, o que foi confirmado após a prisão do homem.
Durantes as investigações os policiais constataram que o padrasto e a enteada tinham movimentado a conta corrente de Cristiane, inclusive sacando dinheiro da conta dela.
A descoberta gerou desconfiança da polícia, que foi até a residência e notou um novo concreto no quintal, reforçando ainda mais a hipótese de um possível crime.
A adolescente foi apreendida no dia em que os corpos foram localizados. Já Fabrício fugiu e acabou preso em Campo Grande/MS no dia 8 de fevereiro.