Indústria dos golpes arrasta mais de R$ 95 mil só nesta semana
Em uma série de 10 ocorrências policiais, analisadas pelo Marília Notícia, é possível constatar prejuízos de mais de R$ 95 mil em golpes confirmados, somente nesta semana, contra moradores da cidade. Em meio à economia digital, o crime é praticado pelos golpistas e descoberto pelas vítimas por meio do celular.
Enquanto os mais velhos são geralmente vitimados por fraudes com cartões de crédito, empréstimos não solicitados, abordagens pelo WhatsApp ou telefonemas da “área de segurança de bancos”.
As vítimas com menos “experiência” – na Certidão de Nascimento – caem com mais frequência em estelionatos por compras online, marketplace de redes sociais, falsas corretoras, “gurus” e grupos de investidores, com propostas de lucro fácil.
DINHEIRO A RODO
Uma pensionista de 76 anos foi vítima no fim de semana. Ela mora sozinha e recebeu mensagens via WhatsApp de um número que usava a foto do perfil de sua filha.
Na conversa, a golpista afirmou que havia trocado temporariamente de telefone por problemas técnicos e pediu ajuda para pagar algumas contas.
Confiando tratar-se de sua filha, a vítima fez transferências Pix para as contas indicadas, superando R$ 4,9 mil. Depois, começou a receber ligações de supostos funcionários do setor de segurança do banco. Se não tivesse desconfiado a tempo, o prejuízo poderia ser maior.
Golpes foram registrados também com o marketplace. Um motorista de 65 anos, residente no Jardim Vitória (zona sul), relatou ter sido vítima de estelionato ao tentar adquirir um Toyota Corolla anunciado em rede social.
Segundo o registro, a negociação foi intermediada por dois supostos vendedores, que utilizaram estratégias de desencontro para enganarem o comprador.
Caixa Eletrônico foi fraudado para crime online na cidade. Um aposentado de 70 anos foi vítima ao tentar realizar um saque em uma agência na avenida Castro Alves.
O cartão ficou preso no equipamento e um homem, que estava no local, ofereceu ajuda, orientando o idoso a ligar para um suposto número de atendimento, fixado no caixa eletrônico.
Seguindo as instruções do desconhecido, o aposentado forneceu seus dados bancários por telefone. Na mesma noite, ao verificar o extrato bancário, constatou saques fraudulentos que totalizaram R$ 14,3 mil, realizados de forma indevida em sua conta.
Prejuízo também sofreu uma manicure de 30 anos, residente no Maracá (zona norte). Ela tentou comprar um televisor que encontrou em uma rede social e acabou fazendo contato com o suposto vendedor. O desconhecido chegou a negociar um desconto. O problema é que a TV não era dele.
Após fazer a transferência Pix no valor de R$ 370, a mulher foi orientada a ir até um imóvel retirar o aparelho. Quando chegou ao local, descobriu que a TV estava à venda por R$ 700 e que a chave para a qual ela fez a operação financeira não tem relação nenhuma com o verdadeiro vendedor.
Atravessar anúncios e até clonar contato comercial tem sido comum entre os criminosos. Uma moradora do bairro Comerciários, em Marília, acabou perdendo um valor 50% superior ao que pagaria em uma reserva de hotel ao cair em um golpe. Ela enviou mensagem para a empresa, mas o telefone estava hackeado.
O interlocutor deu instruções para o pagamento da diária de hospedagem (via Pix). Em seguida, fez novo contato, dizendo que havia ocorrido um erro e ela deveria pagar apenas metade do valor, sendo o restante pago na recepção. A vítima acabou convencida a depositar parte da diária, sob a promessa de estorno da primeira transferência.
Ao fazer novo contato e checar as informações, por telefone, foi informada que o WhatsApp da empresa estava sendo usado por criminosos e que nenhuma das duas operações haviam sido recebidas pelo hotel.
Além dos casos relatados pelo MN, com denúncias feitas no intervalo entre domingo (20) e terça-feira (21), mais cinco casos se acumularam. Vale lembrar que os registros são apenas amostras do grande volume de golpes que têm sido registrados pela Polícia Civil.