Empresário tem teste de sanidade mental agendado
O Instituto de Medicina Social e de Criminologia de São Paulo (Imesc), de Presidente Prudente (distante 177 quilômetros), agendou para o dia 9 de dezembro, às 15h30, o exame para atestar o grau de sanidade mental do empresário do setor da alimentação Francis Vinícius Bez Angonesse, de 31 anos, que é acusado de trocar tiros com dois policiais na madrugada de 30 de setembro.
A Justiça havia determinado que fosse instaurado o incidente de insanidade mental de Francis para que seja apurado sua capacidade psiquiátrica, com base nos apontamentos feitos pela defesa do empresário. O acusado segue preso preventivamente.
RELEMBRE
Segundo a denúncia do promotor Rafael Abujamra, no dia do ocorrido, por volta das 4h, na rua Monteiro Lobato, Francis tentou matar os policiais militares João Fernando Silva e Marcos Antônio da Silva.
Consta que, no mesmo local, momentos antes, o empresário disparou tiros em área habitada e em direção à via pública.
Segundo o documento, Francis é tirador esportivo registrado e possuía em casa uma pistola calibre 9 mm e outra calibre .380, além de uma espingarda calibre 12, bem como várias munições e apetrechos para a recarga delas.
No dia dos fatos, o empresário estaria irritado por uma discussão anterior que teria tido com o vigilante, que atua na rua de sua residência. Após ingerir bebida alcoólica, Francis passou a efetuar disparos com a espingarda e uma de suas pistolas para o alto, de dentro de casa – inicialmente no jardim de inverno e posteriormente no quintal -, enquanto gritava “hoje eu mato ou eu morro”.
De acordo com o MP, a Polícia Militar foi acionada para atender a ocorrência de disparo e, ao chegar ao endereço, os militares acionaram a campainha da residência.
O policial João Fernando dizia “guarda essa arma, sai para gente conversar, estamos aqui para te ajudar”.
Neste momento, o empresário teria ido até a garagem armado, onde falou “se eu for sair daqui é para matar ou para morrer” e novamente efetuou disparos com a espingarda calibre 12 em direção à via pública.
Os policiais teriam tentando fazer Francis se render. Mas ele abriu o portão, empunhando uma pistola 9 mm – equipada com mira laser -, dizendo que mataria a todos, momento em que passou a efetuar disparos contra as vítimas que, mesmo abrigadas atrás de postes, acabaram alvejadas.
O sargento João Fernando foi atingido quatro vezes – coxa esquerda, pé esquerdo, braço esquerdo e costas – e o cabo Marcos por duas vezes – coxa e perna esquerdas.
Os fatos fizeram com que outros policiais, que também atendiam a ocorrência, revidassem e atingissem o empresário, que acabou contido.
O MP denunciou Francis pelo crime de dupla tentativa de homicídio com as qualificadoras de assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou vantagem de outro crime; e contra autoridade ou agente descrito nos artigos 142 e 144 da Constituição Federal, integrantes do sistema prisional e da Força Nacional de Segurança Pública, no exercício da função ou em decorrência dela.
“Ante o exposto, denuncio a Vossa Excelência Francis Vinícius Bez Angonesse como incurso no art. 121, §2º, V e VII, c.c. art. 14, II, (por 02 vezes), do Código Penal, e art. 15 da Lei 10.826/03, tudo na forma do art. 69 e art. 61, II, “j”, ambos do primeiro Código, e requeiro que, recebida e autuada esta, se instaure o pertinente processo penal, em conformidade com o disposto nos artigos 406 e ss., do Código de Processo Penal, citando-se o denunciado para interrogatório e acompanhamento dos demais atos procedimentais, sob pena de revelia, ouvindo-se no decorrer da instrução as testemunhas do rol a seguir apresentado e prosseguindo-se o feito, com a pronúncia do réu e sua submissão a julgamento pelo Egrégio Tribunal do Júri desta Comarca até final condenação”.