Dupla vai a júri por sequestro, morte e corrupção de menor no Campus Universitário

A Justiça de Marília expediu sentença de pronúncia, ou seja, determinou Júri Popular, para dois acusados da morte de Jefferson Soares de Oliveira, de 27 anos, conhecido como “Bigode” ou “Carioca”. Ele foi brutalmente assassinado, em julho do ano passado, no Campus Universitário (zona oeste).
A decisão é da 3ª Vara Criminal e foi assinada no dia 27 de junho. Os réus são Ryan Victor Nascimento, conhecido como “Macumbinha”, e Gustavo Henrique de Almeida Araújo. As investigações concluíram que eles agiram com um adolescente de 14 anos.
O motivo do crime seria vingança, após confusão envolvendo uma partida de sinuca disputada entre a vítima e pessoas ligadas aos autores. O conflito, em um bar da zona sul, teria resultado inclusive em embate físico, quando Jefferson teria desferido um soco no olho de Ryan, o “Macumbinha”.

VIOLÊNCIA EXTREMA
No dia do crime, a vítima teria sido abordada e forçada a entrar em um carro – um veículo branco – na favela do Parque das Azaleias. O rapaz foi levado até uma área próxima à Fazenda da Universidade de Marília (Unimar).
No local, já dominado e em absoluta desvantagem – ante a vários agressores – foi agredido com golpes de tijolo na cabeça desferidos por um dos réus. A apuração indicou que o adolescente chutava e socava a vítima, com apoio de outros envolvidos.
Mesmo após Jefferson desmaiar, novos golpes na cabeça e áreas vitais do corpo foram aplicados, o que resultaram na morte dele.
Testemunhas ouvidas durante as investigações confirmaram os fatos: desde o desentendimento em data anterior, na partida de sinuca, passando pela briga entre Jefferson, Ryan e pessoas ligadas a eles, além da vingança que resultou em sequestro, para condução da vítima até o local onde foi assassinada.
Um dos acusados confessou o crime na delegacia, alegando legítima defesa. Já outro oscilou em suas versões, mas admitiu que estava dentro do carro e presenciou a morte.
Ryan e Gustavo respondem por homicídio qualificado (motivo torpe e meio cruel), além de sequestro, cárcere privado e corrupção de menores.
A pronúncia, assinada pelo juiz Fabiano da Silva Moreno, manteve a prisão preventiva da dupla, que poderá recorrer da sentença, mas permanecerá encarcerada. Caso a decisão seja mantida após apelação, o julgamento será agendado pelo Fórum de Marília.