Caminhoneiros continuam paralisados em Marília e região
A paralisação dos caminhoneiros entra nesta segunda-feira, 28, no oitavo dia. A categoria ainda mantém bloqueios em todo o País, o que causa o desabastecimento de produtos e combustível nas cidades.
Marília amanheceu sem gasolina e etanol nos postos da zona urbana. Pouquíssimos estabelecimentos ainda tem diesel.
Isso acontece porque há bloqueios no trajeto entre Marília-Bauru e Marília-Ourinhos. Bauru e Ourinhos são os polos de distribuição de combustíveis.
Em Marília e região eram registrados diversos pontos de paralisação na manhã desta segunda-feira. Veja abaixo.
-Marília: km 322 da rodovia SP-333 (posto Gigantão)
-Gália: km 422 da rodovia SP-294 (bloqueio que impede a chegada do combustível em Marília)
-Ourinhos: rodovias Raposo Tavares e Melo Peixoto, e Distrito Industrial 2 (bloqueio que impede a chegada do combustível em Marília).
-Bariri: rodovia SP-304.
-Oscar Bressane: km 17 da rodovia SP-421
-Lins: km 439 da rodovia Marechal Rondon (SP-300)
-Paraguaçu Paulista: km 474 da rodovia SP-284.
-Assis: km 447 da rodovia Raposo Tavares.
-Tupã: km 529 da rodovia SP-294.
-Agudos: km 317 da rodovia Marechal Rondon (SP-300).
Proposta do governo
Na noite de domingo, 27, o presidente Michel Temer anunciou seis medidas em resposta às reivindicações dos caminhoneiros:
1) A redução de R$ 0,46 no preço do litro do diesel. Isso corresponde aos valores do PIS/Cofins e da Cide, somados. Segundo Temer, o governo irá cortar do orçamento, sem prejuízo para a Petrobras;
2) A garantia de congelamento do preço do diesel por 60 dias. Depois disso, o reajuste será mensal, de 30 em 30 dias;
3) Será editada uma Medida Provisória para a isenção de eixo suspenso em praças de pedágios, tanto em rodovias federais, como nacionais;
4) O estabelecimento de uma tabela mínima de frete, conforme previsto no PL 121, em análise no Congresso;
5) A garantia de que não haverá reoneração de folha de pagamento no setor de transporte de carga;
6) A reserva de 30% do transporte da carga da Conab para motoristas autônomos.
Mais cedo, o Comando Militar do Sul (CMS) do Exército Brasileiro havia afirmado, em um vídeo divulgado em sua página oficial na internet, que espera resolver o “problema” causado com a greve de caminhoneiros na região pela negociação, e não pelo emprego da força.
O CMS pede que os caminhoneiros colaborem e afirma que é “necessário que se entenda” que é por meio do diálogo que se chegará a uma solução que beneficie a todos.
O ministro da Agricultura, Blairo Maggi, demonstrou preocupação com a paralisação de caminhoneiros. Segundo ele, com o movimento, que completa sete dias, “a economia brasileira está sendo asfixiada”. “Todos estamos na iminência de um grave conflito social”, relatou em comunicado.
O governo vê participação de patrões, empresários do transporte e distribuição na greve. Já foram abertos 37 inquéritos, em 25 Estados, para investigar a prática de locaute. Segundo a Polícia Rodoviária Federal, 400 multas já foram aplicadas, que juntas somam pouco mais de R$ 2 milhões.