Ano traz resultados e faz MAC voltar a sonhar com protagonismo
Ansioso para mostrar as garras na elite do futebol nacional, o Marília Atlético Clube (MAC) encerra o ano da pandemia com motivos para comemorar. O time tem mostrado que tem futuro.
O clube vai virar o ano com uma vaga inédita na Copa do Brasil. Tem também motivação no elenco e na torcida, para o estadual de 2021. Mas talvez o mais importante sejam a estabilidade e as condições de planejamento.
Mesmo sem nenhum título nesse ano, a combinação agrada o torcedor, ainda mais por observar o time em uma fase crescente – depois de anos de frustrações, dentro e fora de campo.
Equipe
Falando em futuro, o MAC conta com o artilheiro da Copa Paulista (oito gols), o jovem Gustavo Nescau. Destaque e revelação do Marília, ele foi a grande referência do ataque maqueano.
Em três partidas, nas vitórias contra o Novorizontino, Velo Clube e XV de Piracicaba, Nescau marcou mais de um gol em menos de 90 minutos.
O meia Leo Couto e o centroavante Lucas Lino também foram peças fundamentais para os bons resultados do time, que tem média de 25 anos e a combinação certa entre experiência e juventude.
Para comandar, Guilherme Alves, ídolo da torcida maqueana, com muita moral no Abreuzão teve contrato renovado até o final da Copa Paulista e a expectativa é que o mesmo aconteça para o Paulista da série A3. A aposta do torcedor é que o ex-atacante tenha, no acesso à série A2, “questão de honra” na passagem atual pelo clube.
Finanças
A ‘década perdida’ do Marília – com fracassos em campo, disputas na diretoria e ações trabalhistas – ainda custa muito para o Tigrão. Na verdade, são cerca de R$ 15 milhões em dívidas, a maioria por não ter recolhido o Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) de funcionários.
Por decisão da Justiça, parte dos recursos que o clube recebe, de premiações, por exemplo, nem chega a passar pelos cofres da agremiação. Vai direto para os credores.
A ‘boa notícia’ é que essa dívida já foi de cerca de R$ 20 milhões. Os resultados obtidos pela equipe podem acelerar a amortização e colocar o MAC, sem trocadilhos, de volta no azul.
Direção
Desde março de 2018 o clube está sob o gestão do empresário Daniel Alonso, que também é prefeito de Marília. No final desse ano ele foi eleito oficialmente ao cargo de presidente, com o compromisso de ‘ajudar o time’.
Daniel tenta atuar como uma espécie de fiador do time, na dupla função de articular empresários para atrair investimentos e também manter a esperança da torcida em dias melhores, com a diretoria pacificada.
Aliás, esse foi um dos grandes problemas desde o fim do período American Sport, empresa presidida por Luiz Antônio Duarte Ferreira, o popular ‘Cai-Cai’.
As disputas que envolveram novos e ex-dirigentes (da década de 90) trouxeram desorganização ao clube, o que se refletiu dentro de campo.
Sob a presidência de Alonso, com o advogado Alysson Alex de Souza e Silva e o vereador eleito Eduardo Nascimento no comando da equipe profissional e da base, o Tigrão não teve mais ações trabalhistas e ampliou o apoio da iniciativa privada.
Copa do Brasil
A escolha da Portuguesa – campeã da Copa Paulista – pela participação no Campeonato Brasileiro da Série D em 2021, deu ao MAC a oportunidade de participar de uma competição considerada financeiramente generosa com os clubes.
O ingresso já garantiu ao Tigrão pelo menos R$ 500 mil, que poderá ampliar significativamente a cada adversário que o Marília conseguir derrubar.