Aumenta número de mortes no trânsito; rodovias matam mais

O ano de 2025 tem sido marcado por uma triste sucessão de fatalidades no trânsito de Marília, e já soma 21 vidas perdidas até o final de julho. Ou seja, um aumento de 16,67% no número de mortes na comparação com o mesmo período em 2024.
Os acidentes, que variam de atropelamentos a colisões e quedas de veículos, ocorreram em sua maioria nas rodovias que cortam a cidade. Apesar disso, os sinistros de trânsito apresentaram queda de 13,86% no comparativo.
FATALIDADES MÊS A MÊS
A primeira morte de 2025 foi registrada exatamente no dia 1º de janeiro. Edeilson Alves do Nascimento, de 33 anos, foi vítima de atropelamento na rodovia Comandante João Ribeiro de Barros (SP-294), na altura do quilômetro 453, na Vila Coimbra, zona oeste da cidade.
O veículo que provocou o acidente não foi identificado e fugiu. Edeilson faleceu no local devido a múltiplas fraturas, segundo atestado pelo médico do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu).
Em 3 de janeiro, a SP-294 – próximo ao quilômetro 445 – também foi palco de outra tragédia. Marcelo Moreira Barboza, de 51 anos, conduzia uma motocicleta Honda/CG 150 Titan KS, mas perdeu o controle em uma curva da alça de acesso e caiu sob o semirreboque de um caminhão trator. O óbito foi constatado no local.
Já em 24 de janeiro, uma colisão em área urbana tirou a vida de Alisson José de Andrade, de 19 anos. O jovem conduzia uma motocicleta Yamaha Fazer pela avenida João Ramalho, no Jardim Monte Castelo, quando colidiu com a lateral direita de um ônibus de transporte urbano. Alisson veio a óbito no local.
Fevereiro somou mais quatro mortes. Em 14 de fevereiro, Rosemary Inácio Faria, de 52 anos, perdeu a vida na rua dos Gerânios, no Jardim Fontanelli, após perder o controle de sua bicicleta motorizada elétrica e colidir com um muro. Uma testemunha relatou que ela tentou desviar de uma criança não identificada antes da colisão.

Uma semana depois, em 21 de fevereiro, Lívia Maria Marinatto da Silva, de 20 anos, perdeu a vida na avenida José de Grande. Ela conduzia uma motocicleta e, ao tentar ultrapassar um veículo pelo acostamento da rodovia Comandante João Ribeiro de Barros, para entrar em uma alça de acesso, perdeu o controle e foi arremessada ao solo.
Em 24 de fevereiro, Ana Vitoria Felix da Silva Oliveira, de 19 anos, morreu na avenida Pedro de Toledo. A jovem, que havia acabado de sair do trabalho, perdeu o controle de sua motoneta Honda Biz e colidiu contra uma árvore, após – segundo uma testemunha – olhar para o pneu de seu veículo.
No fim do mês, em 26 de fevereiro, Marcos Luís André, de 57 anos, faleceu no Hospital de Clínicas de Marília. A causa do óbito foi um politrauma sofrido em um acidente de moto dois dias antes, em 24 de fevereiro. O local exato do acidente não foi especificado nos registros.
Em 7 de março, Gabriel Inácio Ribeiro, de 18 anos, que havia sido passageiro em um acidente de motocicleta na rodovia Dona Leonor Mendes de Barros (próximo ao Marília Shopping), em 27 de fevereiro, veio a óbito na Santa Casa de Marília após desenvolver morte encefálica devido a uma hemorragia cerebral. A motocicleta em que estava colidiu com um carro.
No dia 31 de março, Guilherme Costa de Abreu, de 24 anos, morreu na avenida Tomé de Souza, em Marília. Ele colidiu sua motocicleta contra a traseira de um caminhão que estava estacionado no local.

Abril teve quatro fatalidades. No dia 5, Eduardo Nobor Barraca Imamura, de 35 anos, perdeu a vida na rodovia Transbrasiliana (BR-153), na altura do quilômetro 218. Ele conduzia uma caminhonete Amarok, que invadiu a faixa contrária e colidiu frontalmente com um caminhão, vindo a óbito no local. Seu filho, Bento Torres Imamura, de sete anos, chegou a ser socorrido com vida, mas morreu dias depois, em 8 de abril, na Santa Casa de Marília.
Em 24 de abril, Maria Giovana Marciano Sichciopi, de 28 anos, faleceu em sua residência. A família relatou que o óbito foi decorrente de complicações de um acidente de trânsito ocorrido em 22 de setembro de 2024, que a deixou com traumatismo craniano e outras sequelas graves, resultando em morte em 2025.
No dia 29 de abril, o caminhoneiro Oliano José Ciotta, de 55 anos, morreu na SP-294, no quilômetro 452. Ele conduzia um caminhão-trator que se chocou com uma barreira de concreto e postes de luz, cruzou o contrafluxo da rodovia, perdeu a direção e colidiu com uma defensa metálica, ficando prensado entre a defensa e uma árvore. O óbito foi constatado no local.
Em 10 de maio, Francinaldo Coelho, de 21 anos, faleceu na Santa Casa de Marília. Ele foi vítima de uma colisão entre motocicleta e caminhão em 3 de maio. O jovem estava sem capacete e foi encontrado inconsciente no local. O quadro evoluiu para óbito após internação e procedimentos médicos. O local exato do acidente não foi especificado.
Poucos dias depois, em 14 de maio, Cleber Pereira Ferreira, de 44 anos, veio a óbito no Hospital das Clínicas de Marília. Ele se envolveu em um acidente no quilômetro 466 da SP-294, onde sua motocicleta colidiu na traseira de um caminhão, que fugiu do local.
Em 28 de maio, um pedestre, cuja idade não foi informada, morreu após ser atropelado por um carro na rodovia Comandante João Ribeiro de Barros em Marília. Segundo relatos do motorista do carro envolvido, a vítima – que estava encostada em uma barreira de concreto – entrou repentinamente na pista, impossibilitando a manobra para evitar o atropelamento. O pedestre foi socorrido em estado grave e levado ao hospital, mas não resistiu aos ferimentos e faleceu na madrugada do dia 28.
Em 7 de junho, Barbara Mickelly Nunes Fonteles, de 23 anos, morreu na rodovia Rachid Rayes (SP-333), no quilômetro 341. A jovem conduzia uma motocicleta Yamaha e, após passar um radar, perdeu o controle do veículo, caiu e se chocou contra a defensa metálica.
No dia 8 de julho, Jorge Aurélio Pinheiro, de 61 anos, faleceu no Hospital das Clínicas de Marília, em decorrência de morte encefálica. A informação do hospital indicou que ele estava em um capotamento de veículo, mas detalhes adicionais sobre as circunstâncias ou o local do acidente não foram fornecidos. Nenhum boletim de ocorrência relacionado ao acidente foi localizado no sistema policial.

Em 15 de julho, o borracheiro Carlos Alberto da Silva, de 54 anos, foi vítima fatal na SP-294, no quilômetro 465. Ele havia estacionado sua camioneta no acostamento por falta de combustível. Ao tentar reabastecer, foi atingido por um caminhão que o prensou contra seu próprio veículo, arrastando-o por cerca de 15 metros.
No dia 27 de julho, Maria de Lourdes Alves Amaro, de 72 anos, faleceu no Hospital de Clínicas. Ela havia sido atropelada em 27 de junho na BR-153, no quilômetro 257, enquanto atravessava uma faixa de pedestres. A vítima foi atingida por um carro que fazia uma passagem lateral a um caminhão que havia diminuído a marcha. Maria sofreu traumatismo craniano e fraturou o tornozelo esquerdo.
Já nesta segunda-feira (28), Igor Lima Domingos da Silva, de 24 anos, morreu na avenida João Ramalho, no Jardim Conquista. Ele conduzia uma motocicleta e, ao realizar uma ultrapassagem a um caminhão em um semáforo, perdeu o controle, caiu ao solo e foi atingido pela roda dianteira esquerda do caminhão.
ESTATÍSTICAS
Os dados do Infosiga mostram que foram 665 acidentes em 2025 – nos primeiros seis meses do ano -, contra 772 no mesmo período do ano passado; uma redução de 13,86%. Apesar da queda, houve nesta ano – porém – um crescimento no número de mortes, principalmente nas rodovias.
O levantamento detalhado das ocorrências feito pelo Marília Notícia aponta que a maioria dos óbitos ocorreu em rodovias. Foram 12 mortes em rodovias (57,14%), contra nove em áreas urbanas (42,86%). A rodovia Comandante João Ribeiro de Barros, até o momento, é a campeã em número de mortes, e soma oito vítimas (38,10%) em diversos tipos de acidentes.
Outras rodovias também contribuíram para a estatística trágica. A rodovia Transbrasiliana contabilizou três mortes (14,29%) enquanto a rodovia Rachid Rayes e a rodovia Dona Leonor Mendes de Barros registraram um óbito cada (4,76%).
Nas vias urbanas, a avenida João Ramalho (9,52%) é um ponto de grande preocupação, com duas mortes registradas. Outras vias como a avenida Pedro de Toledo, rua dos Gerânios e avenida Tomé de Souza também foram palco de acidentes fatais. Nenhum dos acidentes aconteceu em áreas próximas dos antigos radares, que foram desligados no início do ano.
A análise dos casos revela um padrão diversificado de acidentes e vítimas. Motociclistas representam uma parcela significativa das fatalidades, sendo 10 vítimas, totalizando 47,62%. O ano de 2025 ainda registrou três mortes de pedestres (14,29%) e uma vítima de bicicleta motorizada.