Consumo de etanol volta a gerar alerta de saúde pública, após morte suspeita em Marília
Marília registrou nesta semana mais um caso trágico, possivelmente relacionado ao consumo de etanol automotivo. Além da dor dos familiares e amigos, a morte de uma mulher de 32 anos acende um alerta para um grave problema de saúde pública, muitas vezes associado à dependência química.
A vítima morreu nas primeiras horas da manhã de terça-feira (8), no Hospital das Clínicas (HC), após apresentar quadro compatível com intoxicação grave. A paciente sofreu hepatopatia — comprometimento severo do fígado — e disfunção renal, possivelmente causadas pela ingestão da substância.
A Polícia Civil registrou o caso como morte suspeita e requisitou exames necroscópico e toxicológico para esclarecer as circunstâncias. Testemunhas também poderão ser ouvidas no decorrer da investigação.
ALTAMENTE TÓXICO
O etanol automotivo, também chamado de álcool anidro, é altamente tóxico e não é destinado ao consumo humano. Seus efeitos não se comparam ao álcool presente em bebidas destiladas. Quem o ingere — acidental ou deliberadamente — pode sofrer náuseas, dores abdominais, cefaleia, vertigens e falência de órgãos.
Em março deste ano, o Marília Notícia noticiou a morte de um homem de 54 anos, encontrado sem vida em casa, no bairro Palmital (zona norte). Na ocasião, familiares relataram que ele substituía bebidas alcoólicas convencionais por etanol combustível, o que teria contribuído diretamente para o desfecho fatal.
Casos como esses expõem uma realidade silenciosa e perigosa: a dependência química em contextos de vulnerabilidade social. Pessoas com histórico de alcoolismo, sem acesso a tratamento ou suporte adequado, podem recorrer a alternativas de alto risco para manter o vício.
De fácil acesso e baixo custo, o etanol automotivo tem se mostrado uma ameaça concreta à vida de indivíduos em situação de risco — uma tragédia evitável que demanda atenção urgente de autoridades e da sociedade.