Justiça decide levar a júri popular homem acusado de matar a própria mãe em Garça

A Justiça de Garça decidiu levar a júri popular o homem de 39 anos, acusado de matar a própria mãe, uma idosa de 68 anos, dentro da casa onde moravam em 2023. A sentença de pronúncia, assinada nesta semana pelo juiz da 2ª Vara, acolheu integralmente a denúncia do Ministério Público do Estado de São Paulo (MP-SP).
Com isso, o réu será julgado pelo Tribunal do Júri, ainda sem data definida.
O acusado responde por homicídio triplamente qualificado — por motivo torpe, asfixia e feminicídio — com agravantes por ter sido cometido contra ascendente e pessoa idosa. O caso ocorreu no bairro Guanabara e causou grande comoção na região.
O processo tramita sob segredo de Justiça e também inclui acusações de furto e fraude processual.
Na decisão, o juiz afirmou haver provas suficientes de materialidade e indícios de autoria que justificam a submissão do réu ao júri popular. O conteúdo completo da sentença, no entanto, não foi divulgado pelo Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo (TJ-SP) devido ao sigilo processual.
A reportagem procurou a defesa do réu. O advogado Pedro Henrique Delfino Moreira dos Santos informou que seu cliente mantém a versão anterior e nega ter cometido o crime. Ele também declarou que discorda da decisão de pronúncia e irá recorrer.
SUICÍDIO FORJADO
O réu está preso desde 15 de junho de 2023, quando foi detido em flagrante. Segundo a investigação, ele alegou inicialmente que a mãe havia tirado a própria vida. No entanto, laudos periciais e evidências coletadas pela Polícia Civil apontaram sinais de violência e inconsistências na versão apresentada.
De acordo com a polícia, o réu afirmou que encontrou a mãe já morta, a colocou na cama e deixou o local. Disse ainda que retornou posteriormente para vender um botijão de gás. Também teria confessado, segundo os investigadores, que vendeu o celular da mãe para comprar drogas.
Os policiais relataram que, ao entrarem na casa, sentiram forte odor de água sanitária. Questionado, o homem teria dito que limpou o local antes de acionar a polícia.
A reconstituição do crime, realizada em 11 de julho, reforçou a hipótese de homicídio. A decisão judicial determinou a manutenção da prisão preventiva enquanto o réu aguarda julgamento.