Ex-chefe de financeira é presa suspeita de comandar esquema de golpes
Um esquema de golpes em aposentados e pensionistas, com uso indevido de dados, declarações falsas e manipulação de sistemas com prejuízos a beneficários e ao próprio banco, foi desarticulado em uma investigação da Polícia Civil de Garça. Mandados de prisão e de busca e apreensão foram cumpridos em ações da delegacia local e da Polícia Militar, apurou o Marília Notícia.
A investigação tem como alvo o ‘núcleo duro’ do esquema, formado por três mulheres e chefiado por uma ex-gerente de 32 anos, que comandava o escritório de uma financeira. Ela foi presa em casa, no Jardim Sol Nascente, e sofreu uma varredura em seu endereço. As outras acusadas foram alvos de busca.
Segundo apurou o MN, as colegas de tabalho praticamente montaram um escritório paralelo e se favoreciam do acesso aos diversas sistemas, nos quais os analistas têm acesso a informações, para realizar operações de crédito.
Para retardar o ‘estouro do esquema’, as golpistas dobraram a aposta e passaram a movimentar valores ainda mais altos, visando cobrir alguns rastros que poderiam gerar desconfiança da instituição financeira.
GOLPE SEM FIM
Descobertas pela financeira, elas foram desligadas pela empresa. O controle interno desconfiou das movimentações e do excesso de denúncias relacionados a contratos de empréstimos e refinanciamentos que nunca foram solicitados.
O dinheiro era usado para sustentar elevado padrão de vida, o que reforçou a suspeita de crime envolvendo as operações de crédito. Mesmo após serem desligadas do banco, as mulheres teriam continuado atuando, já que mantinham vasto conhecimento sobre os sistemas.
Ficar com o dinheiro integral de alguns contratos não era suficiente para as criminosas. A polícia acredita que, além de instituições financeiras, pessoas também possam ter sido lesadas, pagando por empréstimos que nunca solicitaram.
Por conhecer o perfil social das vítimas – muitas vulneráveis -, o trio também agia para gerar ‘confusão’ nos idosos, fazendo-os contrair ‘dívida em cima de dívida’. Com parte da vítimas pagando pelos empréstimos, levou mais tempo para a empresa perceber as operações fraudulentas.
A amplitude do caso fez com que a empresa de crédito, que tem alcance nacional, realizasse uma série de acordos para indenizar as vítimas em Garça, depois que a nova gerência assumiu e o escritório sofreu uma devassa pelo controle interno.
Entre os itens apreendidos pela polícia estão contratos, anotações manuscritas e dezenas de cartões bancários. O inquérito que apura o caso segue na delegacia local de Garça. O delegado responsável pela apuração foi procurado pelo MN, mas informou que as investigações seguem em andamento e preferiu não dar informações sobre o caso.
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