Imigrantes costuram a própria boca em protesto
Semana passada, um grupo de imigrantes iranianos chamou a atenção da imprensa que acompanha as movimentações no campo de Refugiados de Calais, no norte da França, com um protesto silencioso, caracterizado pela costura nos lábios como forma de crítica à intransigência dos governos locais.
Conhecido como a “Selva”, Calais é o maior campo de refugiados francês, com cerca de 4 mil pessoas vivendo em uma área que começou a ser ocupada em 1999, quando algumas dezenas de refugiados chegaram à região vislumbrando entrar no vizinho Reino Unido.
A administração da região de Calais divulgou um comunicado expressando a sua “profunda emoção” em relação ao protesto, mas ressaltando que “nada justifica tais extremos”.
O local virou uma comunidade com condições análogas às das favelas brasileiras; com barracos e praticamente nenhuma oferta de recursos como espaço, esgoto e água.
O gesto de costurar a própria boca já tinha sido visto na Grécia, em novembro do ano passado, quando os gregos protestaram contra a recusa da Macedônia em aceitar refugiados do país.
Entre as mensagens, frase como “We are humans” (Nós somos humanos) e “Where is your democracy? Where is your freedom?” (Onde está a sua democracia? Onde está a sua liberdade?) questionavam valores historicamente exaltados por nós, ocidentais.
Protesto aconteceu a poucos metros de um dos centros da Médicos Sem Fronteiras (MSF), de frente para a costa britânica. Diversos veículos da imprensa mundial estavam presentes.
Todos eles têm um objetivo em comum: fugir de conflitos em seus países e se estabelecer na ilha britânica. O governo francês tem agido de uma só forma em relação ao campo de refugiados: não tem negócio, fala-se em mil pessoas sendo expulsas da região nos últimos dias.
Fonte: Yahoo