Justiça de Marília mantém prisão preventiva das ‘irmãs do saco’
A Justiça manteve a prisão preventiva das irmãs Wania Santos Silveira e Andrea Santos Silveira de Sousa, suspeitas de serem as responsáveis pela morte do aposentado Donizeti Rosa, de 60 anos, encontrado embalado em sacos plásticos no dia 9 de novembro do ano passado, no Centro de Marília. Elas foram denunciadas pelo Ministério Público do Estado de São Paulo (MP-SP) e aguardam o fim da instrução processual.
O caso está em segredo de Justiça pela 3ª Vara Criminal de Marília. Foi decidido pela ‘manutenção da custódia cautelar para garantia da ordem pública’, para assegurar a aplicação da lei penal e para a conveniência da instrução criminal.
O pedido de instauração de incidente de verificação de dependência toxicológica e de sanidade das irmãs foi pedido pela advogada que defende as suspeitas. O andamento do caso depende deste exame, que ainda não foi realizado.
A Justiça já recebeu a denúncia oferecida pelo MP-SP contra as acusadas, tendo em vista a prova da materialidade e indícios da autoria.
Segundo a Justiça, houve demonstração da ‘materialidade delitiva’, de acordo com a peça de instauração do inquérito policial, Boletim de Ocorrência, autos de reconhecimento fotográfico, relatório de investigação, autos de reconhecimento pessoal, autos de exibição e apreensão e laudos periciais.
Além disso, conforme o Judiciário, pelos depoimentos colhidos na fase inquisitiva, foi entendido que “estão delineados os indícios de autoria, na esteira do relatório final da autoridade policial”, afirma o documento.
DENÚNCIA
Segundo o MP, entre os dias 30 de outubro e 8 de novembro de 2022, em horário incerto, na rua Quatro de Abril, 316, apartamento 206, Wania Santos Silveira e Andrea Santos Silveira de Sousa, teriam matado Donizeti Rosa, com emprego de recurso que dificultou a defesa da vítima e meio cruel.
No dia 9 de novembro de 2022, por volta da meia noite, na rua Quatro de Abril, defronte ao numeral 356, as irmãs teriam ocultado o cadáver da vítima.
Segundo a acusação, as denunciadas e a vítima residiam juntas há vários anos, em relação de natureza não apurada, de modo que Donizeti aparentava-se sempre com fome e desnutrido.
Conforme o Ministério Público, em data não precisada e por motivos não esclarecidos, Wania e Andreia teriam decidido tirar a vida da vítima. Elas teriam amarrado Donizeti em uma cadeira e o deixaram sem qualquer alimentação ou hidratação, causando-lhe intenso e desnecessário sofrimento físico e psicológico (meio cruel), revelando, ‘brutalidade além do comum e em contraste com o mais elementar sentimento de piedade’.
Passados alguns dias, a vítima acabou vindo a óbito. Na sequência, as irmãs teriam amarrado o cadáver da vítima com panos, roupas e sacos plásticos, ocultando-o junto ao lixo jogado na via pública, nas imediações do local dos fatos.
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