O famoso barril do Chaves foi transformado em uma linda história de compreensão e gentileza em uma escola pública do Brasil.
Percebendo a dificuldade de um aluno, diagnosticado com espectro autista, a professora e o cuidador construíram o barril do Chaves para o garoto tentar permanecer em sala de aula. Agora, o menino se sente o próprio Chaves, da série mexicana!
O ato mudou a vida da criança de tal forma que passou a interagir com os colegas e gostar de ir à escola. O barril agora é do Raphael Silva, aluno do 3º ano do Ensino Fundamental, na Escola Municipal Mário da Silva Bem, em Juazeiro do Norte (CE).
O barril do Chaves
Diagnosticado com autismo com hiperfoco no personagem Chaves, Raphael ganhou o presente da professora Licalle Rocha e do cuidador Tiago Feitosa. O presente chegou esta semana e contagiou a sala de aula.
O personagem icônico do Chaves, imortalizado pelo ator Carlos Villagrán, vivia em um barril numa vila mexicana e tinha dois amigos Chiquinha e Kiko, e adorava causar na vida dos adultos Seu Madruga, Seu Barriga, Professor Girafales, Dona Florinda e a Bruxa do 71.
Raphael Silva ama a história e principalmente o personagem. Foi aí que a professora não pensou duas vezes em buscar uma solução atrair a atenção do menino.
“Eu fiquei pensando o que eu poderia fazer encantá-lo dentro da sala de aula”, disse. “Coloquei na cabeça que iria fazer um barril do Chaves, colocando a cadeira dele também, como ele usa agora, para ver se aquilo ali fazia com que ele tivesse gosto em ficar naquele ambiente. E está dando certo.”
Segundo a professora, pensou em fazer o barril de papelão, mas alertada sobre a fragilidade, mudou de opinião. Com o cuidador, ambos conseguiram doações. Assim “nasceu” o barril que nada mais foi do que estilizar a cadeira de rodas do Raphael. O cuidador providenciou o chapéu do Chaves.
Emoção
Licalle disse ser indescritível o momento em que Raphael ganhou o barril.
“Ele entrou na sala e apresentou algumas estereotipias que demonstram felicidade. Depois que ele teve o contato com o barril, tivemos um salto significativo do período que ele passa em sala de aula”, afirmou.
Vocacionada e observadora, Licalle se dedica à docência com amor. “Meu trabalho é desenvolvido para eliminar as barreiras que impeçam o desenvolvimento dessas crianças. Sejam essas barreiras relacionadas aos recursos pedagógicos, tecnológicos, de acessibilidade, etc.”
A mãe de Raphael, Cícera Torres, acredita que esse tipo de atitude o motiva ainda mais para ir à escola.
“Ele adora ir para escola, gosta muito do ambiente, dos colegas e professores, com essa novidade ele não para de fazer os gestos que identificam que ele está alegre. Fico muito feliz com todo esse olhar que estão tendo com meu filho e é também uma forma de incentivar outros profissionais”, concluiu.
Com informações do Diario do Nordeste