Voos que chegam podem ser afetados por greve dos pilotos
Em assembleia realizada nesta quinta-feira (15), pilotos e comissários de voo deliberaram por aprovar a greve da categoria com início na segunda-feira (19), das 6h às 8h, nos aeroportos de São Paulo, Rio de Janeiro, Campinas, Porto Alegre, Brasília, Belo Horizonte e Fortaleza. A paralisação por tempo indeterminado pode afetar os horários dos voos que chegam a Marília.
A suspensão dos serviços teria sido deflagrada pelos trabalhadores devido à frustração das negociações de renovação da Convenção Coletiva de Trabalho.
As decolagens que partem do Aeroporto Estadual Frank Miloye Milenkovich, em Marília, não serão afetadas. Já no caso dos voos que saem de Viracopos, em Campinas, com destino à Marília, se forem no horário das 6h às 8h, só devem decolar depois das 8h. É importante que os passageiros se programem para o possível atraso. Caso não haja voos neste período, pode ser que haja um rescaldo no decorrer do dia, devido à paralisação.
Atualmente, aos sábados e domingos, existem voos que saem de Campinas às 9h, com destino a Marília. Inicialmente, pelo horário programado, não haveria nenhum problema, já que a paralisação é dos voos das 6h às 8h, porém, as viagens adiadas podem atrasar as próximas, incluindo as que trazem os passageiros para a cidade.
Segundo nota do Sindicato Nacional dos Aeronautas (SNA), a paralisação será feita somente por duas horas ao dia, com todas as decolagens iniciando após as 8h. No entanto, os voos com órgãos para transplante, enfermos a bordo e vacinas não serão paralisados.
“Os aeronautas reivindicam recomposição das perdas inflacionárias, além de ganho real, tendo em vista os altos preços das passagens aéreas que têm gerado crescentes lucros para as empresas. Reivindicam ainda, melhorias nas condições de trabalho para renovação da Convenção Coletiva de Trabalho, como a definição dos horários de início de folgas e proibição de alterações nas mesmas, além do cumprimento dos limites já existentes do tempo em solo entre etapas de voos”, afirma o texto do SNA.
Segundo a entidade representativa, desde o início das negociações, as empresas não se mostraram dispostas a atender às reivindicações da categoria.
A primeira proposta do Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias (Snea), rejeitada com quase 90% dos votos, atrelava o reajuste salarial pelo INPC à pauta de interesse patronal, como a venda voluntária de folga e a utilização dos dias destinados ao ensino a distância para programação de voo.
Na segunda oferta, também rejeitada pelos aeronautas, as empresas admitem conceder o reajuste pelo INPC em todos os itens econômicos, exceto diárias internacionais, além de assegurarem o serviço de hotelaria quando, na execução de escala, os limites de tempo em solo forem excedidos. Especificaram ainda regramento para antecipação do Passe Livre e propuseram a utilização de sábados, domingos e feriados para o início do gozo das férias. No entanto, os tripulantes entenderam que esta proposta não atende às expectativas e pouco atende a pauta da categoria.
“É importante destacar que as próprias empresas apontam em seus informes ao mercado, assim como também demonstram notícias publicadas na imprensa, que o setor aéreo vem se recuperando aceleradamente, com lucros maiores do que os do período pré-pandemia. Além disso, a procura por passagens aéreas aumentou e os preços impostos aos passageiros subiram drasticamente”, conclui o SNA.