Registro de arma pelo Exército tem aumento brutal em Marília
Marília teve um aumento expressivo de registros de novas armas de fogo nos últimos anos. Desde o início do governo do presidente Jair Bolsonaro (PL), de 2019 para cá, foram 575 certificados expedidos pelo Exército para Colecionadores, Atiradores e Caçadores (CAC). No ano de 2018, que antecedeu o atual governo, foi concedido um único registro para colecionador na cidade.
De acordo com dados obtidos com exclusividade pelo Marília Notícia, os certificados foram aumentando nos últimos anos. Em 2019 foram 63 registros de armas em Marília. No ano seguinte foram 91. A “explosão” aconteceu em 2021, com 290 emissões de CAC. Neste ano, no primeiro semestre, já foram 131 novos registros em Marília. Os dados foram confirmados pelo Exército Brasileiro.
Para se tornar CAC, o interessado só precisa obter o Certificado de Registro (CR), que tem validade de dez anos e custa R$ 100 para ser concedido. Para poder ser um colecionador, atirador ou caçador, é preciso ser filiado a um clube de tiro, fazer uma prova de capacitação técnica e avaliação psicológica.
Também é necessário apresentar certidões negativas, ou seja, a pessoa não pode responder a inquérito criminal, além de informar um local adequado para guarda do armamento. Os clubes de tiros têm de ser autorizados pelo Exército. Depois da conclusão desta etapa, o iniciante pode praticar o tiro desportivo em agremiações e já pode comprar armas.
O empresário Francis Vinícius Bez Angonesse, que baleou dois policiais militares em uma troca de tiros no centro de Marília, era considerado um CAC, mas teve o seu registro cancelado pelo Exército Brasileiro no dia 23 de março deste ano. O MN teve acesso ao vídeo que mostra a troca de tiros na rua Monteiro Lobato.
Ele havia passado no teste psicológico para se tornar colecionador de armas. Apesar disso, foi considerado inimputável pela Justiça, sem condições mentais de entender o delito praticado contra os policiais. Absolvido por tentativa de homicídio, foi internado em hospital psiquiátrico. Os policiais militares baleados seguem afastados das ruas.