Em 2010, Vinicius era contra privatização do Daem
“Nos posicionamos contra a concessão desde o início dos planos de Bulgareli, a população, assim como aconteceu com o aumento abusivo do IPTU, não foi consultada. O prefeito quer privatizar o serviço, quando deveria realizar a obra que está parada, que foi prometida em sua campanha pela reeleição”.
A frase acima foi dita pelo atual prefeito de Marília, Vinícius Camarinha (PSB), quando ele ainda era deputado estadual pela cidade em fevereiro de 2010. Na época, Camarinha criticava ferozmente a administração de Mario Bulgareli, que apresentou uma proposta idêntica a anunciada por Vinicius ontem (5).
Em 2010, Camarinha chegou a liderar manifestos e abaixo-assinado realizado no centro da cidade, contra a privatização. Cinco anos depois, o prefeito mudou completamente de opinião: “Não foram perfurados poços, não houve modernização na rede de distribuição, na aquisição de novos equipamentos e coube a nós, agora, acharmos uma solução para todos esses problemas. Não existe um plano B. Esse é o plano possível. Temos que passar o Daem para a iniciativa privada”, disse nesta segunda durante o anúncio.
Vinicius disse também em 2010, que Bulgareli deveria explicar onde foram gastos R$ 30 milhões do orçamento da obra, se a mesma ainda inexiste. A mesma obra não foi concluída por sua administração devido a falta de pagamentos à OAS, responsável pela execução dos serviços.
“Todos cobram a realização do serviço, até o Ministério Público Federal (MPF) já divulgou parecer que aponta morosidade, além de gastos suspeitos. Não existe planejamento, não realizam a chamada “Obra do Século” que é o tratamento do esgoto, não existe a perfuração de poços, enquanto isso a população sofre com a falta de água e com aumentos exorbitantes nos valores das contas”, disse Vinicius na época.
Em seu discurso como deputado em 2010, o atual prefeito finalizou externando a preocupação com o aumento de tarifas: “Todos estão contra a proposta, funcionários do Daem e os servidores da prefeitura de um modo geral. Caso seja privatizado, pode haver um verdadeiro tarifaço. Haverá um aumento nas contas, como ocorreu em cidades que tiveram o serviço de água e esgoto privatizado”, concluiu Vinícius.