Viajar para o Acre custa o dobro de ir à Nova York
Viajar para a Amazônia deveria ser uma agradável aventura. Afinal, as atrações são muitas. Mas, quando se trata dos voos que levarão à região habitada por quase 18 milhões de brasileiros, a palavra “aventura” perde todo o encanto e ganha um significado negativo.
Primeiro, porque o preço das passagens para a Região Norte costuma ser tão alto que em muitos casos é mais barato viajar para o exterior. Depois, porque o número de voos é baixo e as opções são escassas.
Neste mês, a Comissão de Meio Ambiente e Defesa do Consumidor (CMA) fez duas audiências públicas para tratar do preço dos bilhetes para a Região Norte. Os senadores cobraram soluções das empresas aéreas e autoridades federais.
O Jornal do Senado orçou tarifas para diversos destinos, considerando os trechos de ida e volta, as mesmas datas e Brasília como ponto de partida. Para Macapá, as passagens mais baratas saem por R$ 2.668, sem contar a taxa de embarque. Para Rio Branco, R$ 2.620. Como comparação, para São Paulo, os bilhetes ficam em R$ 605. Para Nova York, R$ 1.185.
O ministro da Secretaria da Aviação Civil, Eliseu Padilha, afirma que o governo trabalha na regulamentação de uma lei que barateará as passagens dos voos regionais (que têm pequenos aeroportos do interior como origem ou destino). A lei prevê que o governo federal subsidiará uma porcentagem das tarifas. Segundo Padilha, a Amazônia terá prioridade.
Passageiro rotineiro dos voos entre Brasília e Rio Branco, o senador Jorge Viana (PT-AC) acha absurda a situação: “É vexatório. Fica mais barato morar na Europa ou nos EUA e vir a Brasília toda semana do que morar num estado da Amazônia e voar para cá”.
Fonte: IG