Fila de vacinação ‘furada’ pode gerar investigação no HC
A fila de vacinação contra o coronavírus foi ‘furada’ por funcionários do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Marília (HC/Famema), que teve a imunização iniciada na última terça-feira (19) em visita do governador João Doria (PSDB).
Em comunicado interno a diversos departamentos e gerências do hospital, referência para mais de 60 municípios e 1,2 milhão de habitantes na região, a superintendente Paloma Libânio se manifestou sobre o assunto.
“Agradecemos a compreensão de todos e lamentamos o transtorno ocorrido, causado pelo não cumprimento do cronograma por nossos funcionários. Salientamos que já estão sendo realizadas as medidas administrativas necessárias”, escreveu Paloma.
A mensagem foi veiculada ontem (20), junto com a informação de que o plano de imunização do HC/Famema seria divulgado no mesmo dia, após deliberação da Sala de Situação do hospital.
Durante a visita de Doria foram vacinados os 20 primeiros funcionários da instituição. Em tese, os demais deveriam aguardar o plano de imunização com o cronograma para cada setor e grupo de trabalhadores.
Os Ministérios Públicos de ao menos seis estados – Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Sergipe e Bahia – investigam casos de ‘furões’, segundo reportagem do jornal Folha de São Paulo.
O jornal Estado de São Paulo também trouxe denúncias a respeito de vacinação de pessoas que não estão nos grupos prioritários – inclusive familiares de políticos do Amazonas, que sofre com falta de oxigênio e leitos.
Os promotores apuram se houve a ocorrência de crimes ou ato de improbidade administrativa.
Doses
O HC recebeu 2.680 doses da Coronavac, produzidas pelo Instituto Butantan, na última segunda-feira (18).
Na noite seguinte a Secretaria da Saúde de Marília recebeu mais 5 mil doses destinadas aos funcionários dos demais hospitais da cidade, além de trabalhadores de outros serviços de saúde que atuam na linha de frente contra a Covid-19.
Em Marília são cerca de 10 mil membros deste grupo específico. São necessárias duas doses para a imunização. Com isso, a cidade precisa de 20 mil doses ao todo somente para o público-alvo inicial.
Outro lado
A reportagem questionou a assessoria de imprensa do HC/Famema sobre o “não cumprimento do cronograma por nossos funcionários”. Confira abaixo, na íntegra, a nota emitida pela instituição.
“O HCFAMEMA informa que está seguindo o Plano de Imunização COVID-19 HCFAMEMA, conforme disposto no Programa Estadual de Imunização e no Plano Nacional de Imunização e que o seu não cumprimento será apurado e realizado todas as medidas cabíveis.
Reiteramos que todos os profissionais e inclusive estudantes serão vacinados, de acordo com a disponibilidade da vacina, e obedecendo nosso Plano de Imunização.”