Com forte seca, falta de água se agrava e irrita marilienses
A falta de água continua atormentando os marilienses, especialmente os moradores da zona Norte da cidade. O problema histórico se torna mais crítico nos períodos de estiagem e de intenso calor, como nas últimas semanas.
Segundo a Somar Meteorologia, em setembro deste ano choveu 16.3 milímetros na cidade, com temperatura máxima registrada de 42.1ºC.
No mesmo período de 2019 foram 74.3 milímetros de chuva, com máxima de temperatura de 36.5° C.
Os números mostram que a cidade vive um período de forte seca com elevação na temperatura.
Conforme os dados, a quantidade de chuva caiu cerca de 80%, considerando a média climatológica para setembro de 2020.
Transtornos
Os moradores da zona Norte, por exemplo, afirmam que o problema ocorre com frequência. Alguns relatam que a falta de água é diária ou quase todos os finais de semana.
“Na minha casa está faltando água todos os dias. Sou boleira, fico o dia todo na cozinha. Nunca foi de faltar água e agora todos os dias falta, há umas duas semanas. Espero que seja solucionado esse problema, porque está esse calor e sem água”, relatou Keila Tatiane, de 40 anos, que mora no Palmital 7.
Em outro ponto do bairro mora a porteira e cabeleireira Adriana Rossi Thyrso Santos, de 43 anos. Ela contou que precisa reformar o salão de cabeleireiro e não consegue devido à falta de água.
“Hoje saí de casa e não tinha água nem para dar descarga. Antes dessa onda absurda de calor já tinha falta de água. Eu tenho animal de estimação, não posso lavar o meu quintal, porque não sobra para tomar banho. Somos em seis na minha casa. Eu trabalho, meu marido trabalha, não tenho água para lavar roupa. Hoje às 5h, já não tinha água. Eu tenho duas caixas de água e não dá. Está uma situação insustentável”.
No distrito de Padre Nóbrega, também na zona Norte, a água acabou perto do horário do almoço nesta sexta-feira (2) e não tinha retornado até a manhã deste sábado.
“Ontem cheguei em casa às 17h30 e só tinha um pinguinho de água. Tomei banho com o que tinha na caixa, meu esposo também, demos banho no meu bebê de sete meses e 18h30 acabou. Fiquei sem lavar louça de ontem da janta, sem limpar fogão. Zerou tudo, até a água da caixa. Não temos nem para descarga. Acordei várias vezes de madrugada para ver se tinha voltado, mas nem sinal”, disse a almoxarife Leticia da Silva Nascimento dos Santos, de 25 anos.
No Jardim Lavínia, o motorista de aplicativo Alex Sobrinho, de 41 anos, relata que sempre convive com a falta de água e nos últimos dias o problema tem se intensificado.
“Piorou há uns 20 dias. Geralmente ela só chega de madrugada e logo pela manhã já acaba. Passamos o dia todo sem água. Já cheguei até comprar água para tomar banho e cozinhar”, contou Alex ao site.
No Conjunto Alcides Ranieri mais problema com a escassez de água. A secretaria Alessandra Silva contou que todo fim de semana acaba a água.
“Não podemos lavar roupas, louças, nem fazer necessidades. Trabalhamos o dia todo, temos somente o fim de semana para fazer as tarefas de casa”, desabafou Alessandra.
Daem
O MN pediu um posicionado para o Departamento de Água e Esgoto de Marília (Daem), mas até o fechamento desta reportagem não houve retorno.