Brasil foi o país com mais golpes por phishing na pandemia
Nos primeiros meses da pandemia de coronavírus, o Brasil foi o quinto país no mundo que mais caiu no phishing, um golpe na internet que visa ter acesso a dados pessoais e senhas de usuários por meio de sites falsos. Segundo relatório da Kaspersky, empresa de cibersegurança, um a cada oito brasileiros sofreram tentativas de ataque entre abril e junho.
As tentativas de golpes foram bastante impulsionadas pelo programa federal de auxílio emergencial durante a pandemia, analisam especialistas da Kaspersky. No período de abril a junho, onde muitos cidadãos estavam fazendo o cadastro online para receber o benefício, e-mails falsos, com supostas informações sobre o auxílio, circularam no País, direcionando para links maliciosos que induziam o preenchimento de dados pessoais.
A empresa de cibersegurança observou também que, nesses e-mails, um programa malícioso — trojan, o cavalo de tróia — era baixado no computador do usuário caso ele clicasse no link encaminhado com a mensagem e agia como porta de entrada para outros malwares capazes de roubar dados de cartão de crédito e senhas.
De acordo com Fábio Assolini, analista sênior de segurança da Kaspersky no Brasil, os meses iniciais de confinamento no País foram de bastante atividade dos cibercriminosos, que intensificaram os envios de phishing, especialmente por meio de aplicativos de celulares.
“O cibercrime brasileiro é reconhecido mundialmente pela sua habilidade na construção e execução dos golpes. Logo que começaram a circular as informações sobre a chegada da doença no País, também surgiram os primeiros golpes vinculados ao tema, oferecendo máscaras e álcool gel como iscas. Com o início do isolamento, a situação só piorou, tanto que os ataques de phishing contra dispositivos móveis aumentaram 124% apenas em março e a escala se manteve neste nível até o início de junho”, explica o analista da Kaspersky.
No crime, o Brasil fica apenas atrás da Venezuela, Portugal, Tunísia e França. Para evitar cair em golpes como o phishing, Assolini recomenda que os usuários fiquem atentos à links de proveniência desconhecida e ao endereço (URL) dos sites. Verificar se a notícia relacionada com o link ou site é verdadeira em outros veículos da internet também pode ajudar a evitar golpes, assim como desconfiar de informações e nunca fornecer dados pessoais para esses sites.