Tiago Nunes confirma a reestreia de Jô no Corinthians
Contratado pelo Corinthians há cerca de um mês depois de passar dois anos no futebol japonês, o centroavante Jô fará a sua reestreia no time alvinegro nesta quinta-feira contra o Red Bull Bragantino, no estádio do Morumbi, em São Paulo, pelas quartas de final do Campeonato Paulista. A confirmação de sua escalação foi dada pelo técnico Tiago Nunes, que nesta quarta concedeu a sua primeira entrevista coletiva, desta vez por videoconferência, desde março.
“Um jogador que tem uma história muito bonita no Corinthians, um jogador desde pedigree, duvido que a torcida espere o mínimo do que teve. Estava muito tempo parado, mas precisa de ritmo, está treinando bem há um tempo, esperamos que vá bem. Não sabemos quanto tempo vai suportar, mas ele vai ter uma doação máxima para dar o seu melhor”, disse o treinador, lembrando que Jô está há quase oito meses sem disputar uma partida oficial.
Se o centroavante está confirmado, o mesmo não se pode dizer do volante Cantillo. Tiago Nunes explicou a situação do colombiano, que ainda não atuou após a paralisação por conta da pandemia do novo coronavírus porque testou positivo para covid-19 há duas semanas e cumpria quarentena. O treinador, no entanto, não deixou claro se ele começará a partida entre os titulares.
“Cantillo está treinando com o grupo, foi prejudicado pela parada normal e por ter tido a doença, ficou 2 semanas afastado. Busca seu melhor ritmo, necessita trabalho de força, tem biotipo mais magro, mas tem muita qualidade. A gente trouxe ele pela posição e característica que apresentava no Junior Barranquilla. Ele é organizador, joga por trás da linha, dá suporte, tem bola longa, bola curta, chute de média distância. É jogador deste contexto. Quando tiver inserido nesta rotina, vamos usá-lo assim”, comentou.
Assim como no último domingo, após a vitória sobre o Oeste que deu a classificação ao Corinthians, Tiago Nunes afirmou que o Red Bull Bragantino, dono da melhor campanha geral do Paulistão, é o favorito para o duelo desta quinta-feira.
“Coloquei o Bragantino como favorito como questão óbvia desportiva, é o líder geral da primeira fase, então tem o favoritismo. Não acompanho repercussão, para mim isso não afeta, mas por uma questão simples e direta do rendimento deles neste primeiro momento. O que me preocupa é o Corinthians, é estar bem, fazer bom jogo, estar concentrados. A camisa do Corinthians nos pede que a gente busque as vitórias. É com os jogadores, vamos dar suporte para que as coisas corram bem”, disse.
Um provável Corinthians para a partida decisiva tem: Cássio; Fagner, Gil, Danilo Avelar e Carlos Augusto; Gabriel, Cantillo (Camacho ou Ederson), Luan, Ramiro e Janderson (Mateus Vital); Jô.
PERFIL MANTIDO – Depois da retomada do Paulistão, o Corinthians venceu Palmeiras e Oeste e avançou às quartas de final. Antes da paralisação, o time estava quase eliminado e ainda corria até risco de rebaixamento. Tiago Nunes foi questionado se repensou algumas decisões tomadas em seu início no clube e se deveria ter implementado mudanças no estilo de jogo da equipe de forma mais gradual.
“Não é discordar ou concordar, é voltado ao meu perfil de ideias Fui contratado por ter um perfil mais parecido com o que Andrés (Sanchez, presidente) e Duílio (Monteiro Alves, diretor de futebol) queriam implementar. Na filosofia de jogo, você precisa entender o contexto do lugar que você está chegando e tentar fazer a ideia tomar corpo no jogo. Reflexo do meu trabalho são os jogadores. Às vezes joga bem, às vezes não joga bem. O que é jogar bem? Vivemos um momento em que todas as pessoas são rotuladas, vivemos um mundo de rótulos”, afirmou.
Sobre ter voltado a dar entrevista coletiva antes dos jogos pela primeira vez depois de 140 dias, o treinador disse que não se sentia bem em falar de futebol em meio à pandemia.
“Em nenhum momento nesta pandemia me senti à vontade de falar de futebol, de jogo, sendo que tem assuntos em pauta mais importantes, me surpreende falar de futebol, não via importância alguma falar de futebol, política, questões técnicas e táticas, sendo que os holofotes tinham que estar na vida. Nada de proibição, meus valores ficaram voltados para isso. Fiz uma palestra de 40 minutos em Santa Maria numa universidade, mas não via razão pública de falar de futebol ou Corinthians numa pandemia”, completou.