Preparação para 5G ajuda a evitar colapso da internet
Já disponível em países como EUA e Coreia do Sul, a tecnologia de conexão móvel de quinta geração ainda vai demorar um pouco para chegar ao Brasil – a previsão mais otimista é de que as redes comecem a ser implementadas pelas operadoras no ano que vem. Mas isso não significa que as redes 5G, como são popularmente conhecidas, não estão ajudando desde já a internet brasileira: segundo especialistas, a preparação para a demanda que as redes móveis trarão no futuro é bem-vinda em um cenário de alta na demanda, como o que aconteceu nesta semana por conta do novo coronavírus.
“O que estamos vendo nestas semanas de coronavírus será similar ao que haverá no 5G. As redes ainda não estão prontas, mas as operadoras já têm investido no seu núcleo, o que garante uma certa capacidade adicional”, diz Giuseppe Marrara, diretor de relações governamentais da fabricante de equipamentos para telecomunicação americana Cisco. “Já lançamos equipamentos de núcleo de rede que entregam até 50 vezes mais capacidade que um núcleo normal.”
Leilão
Há dúvidas no setor se o atual momento do coronavírus pode afetar o processo de implementação do 5G. Ainda sem data marcada para acontecer, o leilão das faixas de frequência será o primeiro passo concreto para isso. Na indústria, a expectativa é a de que ele ocorra apenas em novembro, e o funcionamento das redes só aconteceria oito meses após a definição dos lotes de frequências. Por conta disso, especialistas e indústrias adotam bastante cautela para fazer previsões.
O ponto principal é determinar se o leilão poderá sofrer atrasos por causa da pandemia. Nos últimos dias, o processo ocorria normalmente, contando inclusive com audiência pública feita pela Anatel no dia 12. Ao Estado, a agência emitiu uma nota esclarecendo que “o processo regulatório que trata do chamado leilão de 5G, não sofre interferência da covid-19”.
“Num cenário provável, nada vai acontecer. Numa situação bem pessimista, pode haver atrasos de datas e projetos”, diz Renato Meirelles, analista da consultoria IDC. “Existem outros desafios para o 5G aqui, como a geografia e a quantidade de antenas exigidas pelas redes.” Procurado pela reportagem, o Sinditelebrasil, que representa as operadoras, não quis se manifestar. Já o Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovação e Comunicações (MCTIC) enviou nota à reportagem alegando que o calendário permanece o mesmo.