Guedes diz que pacote de incentivo ao emprego ainda está em gestação
O ministro da Economia, Paulo Guedes, confirmou nesta sexta-feira que a equipe econômica trabalha num pacote de incentivo à geração de empregos, mas disse que as medidas serão anunciadas “bem para a frente”. Elaboradas pelas secretarias especiais de Trabalho e Produtividades, as ações aguardam o aval de Guedes para serem levadas ao presidente Jair Bolsonaro, mostrou mais cedo nesta sexta-feira o Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado.
Entre as medidas estão a desoneração da folha de salários dos trabalhadores mais jovens e a liberação de até R$ 65 bilhões do estoque de depósitos recursais que as empresas depositaram em juízo para recorrer de sentenças trabalhistas. A segunda medida foi antecipada pela Folha de S.Paulo nesta sexta-feira.
No fim da tarde, em entrevista coletiva para comentar a assinatura do acordo comercial do setor automotivo com Argentina, no Rio, Guedes disse que o pacote de medidas “ainda está em gestação”.
“Quando pensamos sobre emprego, sabemos o peso da legislação inadequada”, afirmou o ministro, citando como exemplo a Previdência, “que coloca encargos trabalhistas que chegam a duplicar o custo da mão de obra”. “Temos, sim, trabalhado numa ideia de dar um choque de emprego aí na frente”, disse Guedes.
Segundo o ministro, a equipe econômica não está pensando em “nada artificial”. “Ao contrário, temos que reduzir e simplificar impostos”, ressaltou Guedes, reforçando que o pacote de medidas de incentivo à geração de empregos não conflita com o acordo comercial firmado com a Argentina.
O ministro ressaltou ainda que a estratégia da equipe econômica é, em primeiro lugar, “consertar a parte fiscal”, trabalho iniciado com a reforma da Previdência e completado pela “reestruturação do Estado”, para, daqui para a frente focar em outras coisas mais importantes, como atacar o desemprego.
Embora tenha reconhecido a importância de atacar o desemprego elevado, Guedes afirmou que crise atual no mercado de trabalho foi construída “nos últimos 40 anos”. “Ninguém de bom senso vai atribuir esse desemprego que está aí ao governo Bolsonaro”, disse o ministro.