Esquerda critica prisão de Temer e a Lava Jato
Políticos de oposição ao governo Bolsonaro criticaram a prisão preventiva do ex-presidente Michel Temer. O ex-presidente foi preso na manhã desta quinta-feira, 21, numa ação da Operação Radioatividade, desdobramento da Lava Jato que investiga desvios em obras da Unisa de Angra 3, no Rio de Janeiro.
Parlamentares usaram as redes sociais para criticar o que chamam de “populismo penal” da Lava Jato, argumentando que Temer deve ser preso, mas que precisa ser respeitado o processo legal, que, na visão destes políticos, está ameaçado pela Lava Jato. Criticaram também medidas tomadas pelo governo Michel Temer, como a reforma trabalhista e a PEC do Teto dos Gastos.
Para o deputado Reginaldo Lopes (PT-MG), o grupo político de Michel Temer, a quem ele chama de “cúpula do golpe”, em referência ao impeachment de Dilma Rousseff, “muito se beneficiou dos abusos da Lava Jato” e agora “experimentam o populismo penal que os colocou no poder”. O parlamentar argumentou que “Temer traiu o País e a democracia”, mas “isso não significa que sua prisão mereça ser comemorada”, escreveu em seu Twitter.
“Poderíamos comemorar muito a prisão de Temer depois de tudo que ele fez contra Dilma”, tuitou Jandira Feghali (PCdoB-RJ), “mas nós defendemos o devido processo legal”. “Não há espaço para dois pesos, duas medidas”, ressaltou. O deputado Zeca Dirceu (PT-PR) fez críticas a Temer, mas defendeu que “todos têm direito de um processo livre de ilegalidades”. Para Zeca, a Lava Jato “mantém o Estado de exceção alimentado pelos mesmos que agora estão nas garras da operação. Criaram o monstro e estão vendo as consequências”, escreveu.
Em nota, o PT disse esperar que as prisões decretadas hoje estejam baseadas “em fatos consistentes, respeitando o processo legal, e não apenas por especulações e delações sem provas, como ocorreu no processo do ex-presidente Lula e em ações contra dirigentes do PT”. A nota foi assinada pela presidente do partido e deputada federal Gleisi Hoffmann (PT-PR) e pelos líderes do partido no Senado e na Câmara – respectivamente, Humberto Costa (PE) e Paulo Pimenta (RS).