Caso de mulher baleada no Santa Antonieta é registrado como suicídio
A morte de uma mulher de 37 anos no Jardim Santa Antonieta, zona Norte de Marília, com um tiro na barriga, foi registrada como suicídio consumado.
Segundo a polícia, ela foi encontrada ainda com vida por seu marido, um policial reformado, por volta das 17h30 de ontem (22). A mulher estava caída parcialmente dentro de um armário. Ele havia acabado de chegar em casa com o filho mais novo do casal.
A mulher havia ficado em casa com outro filho, de 14 anos. Ao ver a vítima caída, o marido pediu que os garotos fossem para a casa de um tio, nas proximidades, e imaginou que ela havia ingerido remédios e passado mal. A mulher apresenta histórico de depressão.
O policial reformado entrou em contado com o resgate do Corpo de Bombeiros e foi orientado a fazer massagem cardíaca até a chegada do socorro. Ao virar a esposa, percebeu que ela tinha uma perfuração no abdômen.
A vítima foi levada ainda com vida até a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da zona Norte, mas não resistiu e morreu.
As informações foram dadas pelo marido aos policiais militares que atenderam a ocorrência e chegaram no local enquanto a mulher era colocada na ambulância.
Os policiais entraram no imóvel e no quarto do casal encontraram uma pistola Taurus ponto 40 carregada com 10 cartuchos intactos. Ao lado estava um cartucho deflagrado. A arma estava na cabeceira da cama.
A perícia foi até o endereço assim como o delegado plantonista. Foi solicitado exame necroscópico e vizinhos disseram que não ouviram barulho de disparo.
Viver vale a pena
Especialista explicam que pessoas que cometem suicídio normalmente não são impulsionadas por um único motivo, mas um conjunto de situações. O suicídio pode ser evitado.
Vale lembrar que o CVV – Centro de Valorização da Vida realiza apoio emocional e prevenção do suicídio, atendendo voluntária e gratuitamente todas as pessoas que querem e precisam conversar, sob total sigilo por telefone, email, chat e Skype 24 horas todos os dias.
O contato pode ser feito pelo telefone 141 ou pelos outros canais disponíveis no site, que pode ser acessado [aqui].
Dados do Ministério da Saúde apontam aumento de 12% em apenas cinco anos, no número de suicídios no país. O problema também tem sido observado em Marília e municípios do mesmo porte.
A Secretaria Municipal da Saúde tem atuado, desde o início de 2017, para fortalecer o Programa de Saúde Mental, por meio dos Caps (Centro de Atenção Psicossocial) e articular ações da rede local de serviços.
Suicídios em Marília
De acordo com o banco de dados do DataSUS (Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde) Marília registrou 280 suicídios entre 1997 e 2015.
A média foi de 14,7 casos por ano com 15 ocorrências em 2015 e 14 no ano anterior. Em 2013 foi verificado o maior números de casos da série com 29 vítimas de suicídio na cidade.
As vítimas de suicídio em Marília são homens na maior parte dos casos (77%) e a faixa etária que concentra o mais indivíduos é de 30 a 39 anos (22,4%), seguido da faixa dos 50 a 59 anos (20,7%) e dos 20 aos 29 anos (17%).
Do total de vítimas, 42,8% são solteiros, 30% casados, 11% separados judicialmente e 5,3% viúvos. Em 58% das ocorrências não se sabia a escolaridade das vítimas. Mas entre aqueles em que consta a informação, 37% tinham entre 8 e 11 anos de escola, 27% de 4 a 7 anos.
Os que possuem menos escolaridade – 1 a 3 anos – representam 15% dos casos de suicídio em Marília entre aqueles que se conhecia a escolaridade quando houve o registro. Já os que possuem 12 anos ou mais de escolaridade são 17%. No recorte, analfabetos representaram apenas duas ocorrências.
Como o Marília Notícia divulgou em 2016, o município teve a maior taxa de mortes por suicídio do Estado de São Paulo nos últimos anos. As informações são da Fundação Seade, órgão do governo de São Paulo para análise de dados.