Brasil está “consertando suas finanças”, diz Meirelles
O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, disse na noite de segunda-feira, 20, que o Brasil está “consertando suas finanças” para criar empregos. Ele voltou a dizer que a geração de novos postos de trabalho é a melhor política social, embora tenha ressaltado a importância de programas como o Bolsa Família
“Bolsa Família é fundamental, tem que ser preservado e ampliado. Outros programas também são importantes. Mas a melhor política social é o emprego”, disse Meirelles, em jantar de confraternização com o grupo Empresários em Ação – Sindivarejo-DF, em Brasília.
Questionado pelos participantes sobre o tamanho da dívida pública brasileira, o ministro disse que o valor em reais não é tão relevante, porque depende do tamanho do País. “A questão não é diminuir valor, mas sim aumentar taxa de crescimento do País, para que a dívida comparada ao tamanho da economia fique menor”, disse.
Outro fator importante é o crescimento da dívida, afirmou Meirelles. “Quanto mais cresce despesa do governo, mais cresce o déficit e a dívida. Temos que estabilizar isso.”
Segundo Meirelles, a queda da taxa de juros contribuiu para o menor custo da dívida, que “caiu pela metade”. Ele sinalizou que os juros básicos da economia podem cair ainda mais.
No futuro, segundo Meirelles, a tendência é que o País volte a ter superávit fiscal, o que levará à queda da dívida. Ele brincou ainda com a possibilidade de o Brasil em 10 ou 15 anos ter um superávit “altíssimo”. “Feliz é o país que algum dia enfrente problema de superávit muito grande. Solução para superávit grande é cortar imposto, é isso que Brasil precisa”, afirmou.
O ministro também disse que a reforma tributária é possível, e a ideia é que seja a próxima. Segundo ele, a proposta do governo deve ser de “simplificação” e incluir um imposto único. Ele reconheceu, porém, que isso provavelmente significará maior custo para alguns setores, numa espécie de distribuição de valores entre os segmentos. “Não é questão trivial”, disse.
Meirelles ressaltou, já no fim de seu discurso, que o ideal é que o Brasil tenha um próximo presidente que “continue o processo de modernização da economia”. “É fundamental que Brasil continue nessa linha de ação de modernização. Se olharmos o que está acontecendo no mundo, vemos isso. Acho que esse é o caminho do Brasil”, afirmou.