YouTube entra na guerra do streaming
Determinado a não ficar para trás no crescente negócio de streaming de música por assinaturas, a gigante de tecnologia Google lança hoje uma novidade que deve mudar esse mercado. Trata-se da versão de música do site de vídeos YouTube, comprado pelo Google em 2006, que agora terá uma função semelhante a de concorrentes, como as empresas de streaming de música Spotify, Deezer e Apple.
O YouTube sempre foi visto como um grande concorrente por esses serviços e também pela indústria de música, que durante anos lutou para retirar do site músicas irregularmente colocadas em vídeos. Segundo a Federação Internacional da Indústria Fonográfica, o tempo gasto ouvindo músicas na plataforma de vídeo do YouTube já é mais de duas vezes maior do que o todos os serviços de streaming juntos. O maior deles, Spotify, tem mais de 75 milhões de assinantes pagantes, enquanto que a Apple Music tem cerca de 30 milhões.
Agora, o Google planeja entrar com tudo nesse mercado, que teve 41% de crescimento em receita no ano passado e passou a ser responsável pela maior parte do faturamento na indústria fonográfica pela primeira vez na história. No modelo de outros players do mercado, o YouTube Music terá uma assinatura grátis, com propagandas, e uma paga, com opção para baixar as músicas offline e escutar sem interrupções. O valor deve ser condizente com os preços praticados no mercado, de 9,99 dólares por mês. Por aqui, a média de preço dos serviços de stream de música é de 16,90 reais. A ideia é aproveitar a vasta coleção de músicas já presentes na plataforma e transformar isso num serviço competitivo.
Depois que o Spotify abriu o capital no mês passado e chegou a ser avaliado em 26,6 bilhões de dólares — um dos IPOs de maior sucesso para as empresas de tecnologia — o mercado de streaming passou a ser ainda mais atrativo. Apesar disso, o Spotify é uma empresa que nunca deu lucro em 10 anos de existência, muito pelos altos custos dos direitos autorais da indústria. O Google não divulga os detalhes financeiros do YouTube em seu resultado, mas espera que a plataforma seja responsável por algo entre 10% e 18% do faturamento de 134 bilhões de dólares, projetado para este ano.
Fonte: Exame