‘Vamos cuidar de muitas famílias com o Fundo Social’, diz Paula Almeida

Paula Almeida, mãe do prefeito Vinicius Camarinha (PSDB), reassumiu a presidência do Fundo Social de Marília em janeiro deste ano, com grande expectativa. Ela conta como encontrou a instituição ao assumir o cargo e destacou os desafios enfrentados nos primeiros dois meses de gestão.
Segundo Paula, o Fundo Social estava completamente desestruturado, sem registros de ações da gestão anterior e sem nenhum alimento ou recurso. Para reverter o cenário, a presidente afirma que tem buscado novos projetos, com foco na capacitação e na geração de renda para as famílias assistidas.
Entre as primeiras iniciativas, Paula Almeida diz que pretende reativar o curso de corte e costura, oferecendo oportunidades de aprendizado e trabalho para mulheres em situação de vulnerabilidade. Ao assumir o cargo, ela conta que encontrou máquinas sem manutenção e sem uso, mas diz que já providenciou a recuperação dos equipamentos para que o projeto seja lançado em março, em homenagem ao mês da mulher.
Além da capacitação, Paula também destacou a importância das campanhas solidárias. A primeira grande ação promovida pelo Fundo Social será uma campanha de doação de sangue, que deve ocorrer logo após o Carnaval, entre os dias 10 e 14 de fevereiro.
A presidente do Fundo Social de Marília atendeu a equipe do Marília Notícia e contou sobre seus objetivos e desafios, diante da necessidade de fortalecer o trabalho da instituição, envolvendo mais pessoas da sociedade.
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MN – Como que está sendo esse retorno ao Fundo Social?
Paula – Eu fico muito feliz, porque eu acho que eu já nasci com esse cuidado, sabe? Quando o prefeito Vinicius colocou o slogan ‘Marília que cuida’, eu já me senti dentro dessa Marília que cuida. Eu acho que a gente já nasce com esse dom. E quando ele me propôs para que eu pudesse ajudá-lo a criar um Fundo Social diferenciado, com um novo modelo, eu aceitei na hora.

MN – Como a senhora encontrou o Fundo Social?
Paula – Quando eu cheguei para conhecer o Fundo Social, do que tinha sido feito pela gestão passada, não encontramos nada. Nada, nada, nada. Nem sequer um edital ou uma lista ou algum projeto que foi feito. Isso me chocou muito. Eu fiquei muito triste, pois o que eu me recordo, dos anos que eu fui presidente do Fundo Social, eu fazia gosto de entregar tudo. Do que eu comprei, do que eu gastei, do que entrou, quais foram os projetos, já para deixar em andamento para o próximo governo. Em todos os governos que eu passei, nós fizemos isso. Então eu fiquei, de fato, como ser humano, como mãe, como avó, como uma pessoa humana, muito triste. Entristecida de ver que a nossa cidade realmente não teve esse olhar.
MN – Durante a campanha você percorreu toda a cidade com o Vinicius. Qual palavra pode definir a cidade que a senhora viu?
Paula – Descaso. Vimos muitos mendigos na rua. Aumentou muito. Parecia que Marília não tinha mais vida. Vi uma Marília triste. Eu sentia isso. Olhava nas pessoas e via um olhar triste. Isso me impactou muito. Eu vi que realmente a cidade de Marília, que tanta gente ama e tem toda uma história, estava triste e feia. Não parecia que era Marília.
MN – Tiveram dificuldades neste início de trabalho?
Paula – Já são praticamente dois meses e estamos encontrando uma certa dificuldade. Então, o que decidimos? Nós fomos na reunião da primeira-dama do Estado, a doutora Cristiane (Freitas), e ela nos orientou a criar um Fundo Social mais aberto para capacitações. Temos vários projetos. Agora nós conseguimos uma casa, que por sinal é aqui ao lado, na rua Nove de julho, 1.600. Vamos mudar para poder colocar projetos que vão entrar agora.

MN – Algum projeto que será colocado em prática?
Paula – Existia antigamente um projeto de corte de costura, que é bem bacana. Você vai pegar as entidades ou algumas associações de barro que têm aquelas mulheres que precisam de renda. Se você consegue um curso gratuito, com certeza vai gerar renda. A família vai ficar mais assistida porque estamos capacitando.
MN – Vocês já possuem máquinas para isso?
Paula – Nós encontramos as ferramentas aqui todas sem uso. Não existia nenhum projeto, as máquinas estavam sem manutenção. Convoquei um técnico, que está chegando hoje para consertar e fazer a manutenção dessas máquinas. O objetivo é que em março, que é o mês da mulher, a gente possa lançar esse nosso projeto de corte de costura para a sociedade, junto às entidades.
MN – Esse vai ser o primeiro projeto?
Paula – Sim, mas a nossa ideia é lançar mais projetos de capacitação. Vários projetos. O nosso sonho é esse. Não só assistencialismo. É claro que existem pessoas que precisam, existem situações, mas não apenas isso. Queremos dar condições para as pessoas, para que a partir de algum tempo, conseguirem também realizar seus sonhos.

MN – Além desses projetos para capacitar as pessoas, o Fundo Social deve desenvolver ações e campanhas?
Paula – A primeira campanha será uma campanha solidária para doação de sangue. Vai ser logo após o Carnaval. Nós, como seres humanos, podemos salvar muitas vidas, com um simples gesto de doar sangue. O lançamento será no dia 7 e as doações que a gente vai incentivar, será do dia 10 ao dia 14.
MN – Vocês devem reunir também conselheiras do Fundo Social?
Paula – Vamos iniciar uma convocação de 15 conselheiras do Fundo Social. Elas precisam existir, para que a gente possa formar um grupo grande, para a gente poder envolver a sociedade como um todo. Através dessas 15, vamos atrás de voluntárias, formando um grupo grande e unido para ajudar as pessoas. Queremos pessoas comprometidas para nos ajudar a desenvolver as ações solidárias. Quando nossas voluntárias visitarem alguma entidade, vão retornar com demandas. Nosso papel é ir atrás para conseguir atender.
MN – Ainda está bastante calor, mas já pensam na Campanha do Agasalho?
Paula – A gente segue o cronograma do Estado. O lançamento da campanha do agasalho será no dia 31 de março, finalizando no dia 30 de maio. Depois disso vamos ter muitas novidades. Nós vamos ter várias ações. Uma delas será o Varal Solidário. Ganhamos muitas doações de roupas boas e vamos colocar no centro da cidade, perto do camelódromo, onde tem fluxo grande de pessoas, e também lá na zona sul, em pontos estratégicos. Vamos fazer esse trabalho, de roupas boas, com muito amor e carinho. As voluntárias vão entregar as roupas lavadas, bem cheirosas. Você vai doar como se fosse para você doar para o seu netinho ou para a sua mãe. Queremos criar este novo olhar.

MN – Quantas famílias são assistidas?
Paula – No mês de janeiro recebemos mil cestas básicas da Farmaconde e foram assistidas mais de 780 famílias. Foi a nossa salvação. Porque não tínhamos nada. Nada vezes nada. Sabe o que é nada? Então nós iniciamos um trabalho para dar a primeira assistência para essas famílias, que dependiam do Fundo Social. Elas não iam ter nada para receber, então através dessa doação, nós conseguimos ajudar.
MN – Tiveram mais alguma ajuda significativa?
Paula – Teve a corrida de São Silvestre, no Yara Clube. Cada corredor doou alimentos e o Tauste dobrou o que havia sido arrecadado, sendo doado para cinco entidades beneficentes de Marília.
MN – Como era o Fundo Social na última vez que você o presidiu?
Paula – Era muito diferente. Primeiro, não tinha tantos ofícios, nem tantas assinaturas. Era um Fundo Social voltado mais ao assistencialismo. Na verdade, era isso. As entidades vinham, pediam ou as famílias, igrejas. Então você assistia. Não tinha projetos. O Fundo Social era acolhedor, movimentava várias campanhas bacanas também, mas eu me sentia como um ninho vazio ainda. Porque eu não queria só doar. Eu queria capacitar e ajudar a evoluir, a crescer. Eu já vi isso acontecer e acho que posso repetir aqui. Junto com a cesta, eu queria dar a oportunidade dessa família crescer. Esse é o meu maior legado. Eu vou trabalhar em cima disso.

MN – Como foi o encontro com a primeira-dama de São Paulo?
Paula – Eu fiquei um pouco perdida. Porque eu sou do tempo antigo. Recebemos uma visão renovadora, de gestão, de coisas que eu não conhecia e que não estava acostumada. Eu já estou com 64 anos, mas eu adoro coisas inovadoras, gosto de aprender e já me encontrei. A primeira-dama do Estado está com um curso online para capacitar as primeiras-damas para gestões públicas. Eu fiquei encantada. É tudo diferente, está tudo novo e é desafiador, mas que eu quero que aconteça. Quando a gente quer que aconteça, você vai conseguir. Eu estou com essa sede de conhecer e aprender. Quero que o Fundo Social funcione, para cuidarmos de muitas famílias aqui em Marília.
MN – O Fundo Social também pode socorrer famílias vítimas de desastres naturais?
Paula – O Fundo Social terá a missão de atender pontualmente famílias em questão de vulnerabilidade climática. Caso aconteça uma chuva, com as pessoas perdendo as casas, vamos ajudar. Teremos um contato direto com a Defesa Civil, até para tentar antecipar os problemas.
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