Secretário da Saúde debate Famema com marilienses
O secretário estadual da saúde, David Uip e o secretário-adjunto, Wilson Modesto Polara, receberam semana passada em São Paulo, uma comitiva de Marília para debater o momento do Complexo Famema.
Os cerca de 2.500 funcionários estão em estado de greve reivindicando 20% de reajuste salarial além da concessão de um abono de até R$ 300, levando-se em conta que a data base da categoria é junho. Cobram ainda melhores condições de trabalho no atendimento à população.
O complexo é formado pelos hospitais de Clínicas, Materno Infantil, São Francisco, Hemocentro, Centro de Reabilitação Lucy Montoro, Ambulatório de Especialidades “Mário Covas” e Faculdade de Medicina e Enfermagem de Marília. É referência no atendimento de pacientes de 62 municípios da região, responsabilidade do governo do Estado.
A reunião foi articulada pelo deputado estadual Abelardo Camarinha e pelo prefeito de Marília, Vinicius Camarinha, junto ao secretário da Casa Civil, Samuel Moreira.
Também participaram do encontro o secretário municipal da Saúde, Hélio Benetti, além de representantes do complexo: Gustavo Viani Arruda (Superintendente da autarquia HC-Famema) Paulo Roberto Teixeira Michelone (Diretor Geral), Ivan de Melo Araújo (Vice-diretor) e Gilson Caleman (Diretor Administrativo), bem como Sonia Custódio, do Nuac (Núcleo de Apoio à Comunidade).
Segundo o secretário Helio Benetti, o Complexo Famema, de responsabilidade do Governo do Estado, tem uma importância muito grande para o atendimento da população de Marília e região.
“Ele é essencial. Mas não é de hoje que vem apresentando o desafio na questão de custos da demanda de pacientes de toda a região, envolvendo também as prefeituras. Além da parte salarial dos funcionários, há vários problemas técnicos para o atendimento de pacientes como equipamento de ressonância magnética quebrado desde o início de março, não realização de exames de imagens, redução de cirurgias eletivas além da necessidade mais profissionais. Dou como exemplo a contratação de apenas cinco médicos anestesistas para uma demanda de 17 centros de cirúrgicos bem como leitos já prontos mas sem profissionais contratados para o atendimento e utilização”, destacou.
Hélio lembrou que em Marília, os pacientes acabam atendidos em outras unidades hospitalares com custos para o município. “Isso está sobrecarregando os cofres públicos. Estamos então reivindicando que o orçamento da demanda pactuada, mas sem execução do serviço pelo Estado, seja repassado à Prefeitura para que possa contratar o atendimento de outros prestadores de serviços. Com isso, a população mariliense será atendida a contento sem sobrecarga das finanças municipais”, explicou.
Na reunião da última sexta-feira (15), o secretário David Uip determinou ao adjunto Wilson Modesto Polara que esteja em Marília nos próximos dias para acompanhar de perto a realidade do atendimento do Complexo dentro da demanda de pacientes de Marília e dos 19 municípios da microrregião, além, de todo o contexto das 62 cidades abrangidas.
“O assunto é complexo mas é preciso encontrar uma solução em conjunto envolvendo Governo do Estado, prefeituras e o próprio Complexo Famema. Está havendo o empenho das áreas técnica e política. Isso é muito importante”, finalizou.
Hélio Benetti lembrou que a recessão econômica do Brasil está sobrecarregando cada vez mais a saúde pública. “Por aperto do orçamento muitas famílias tiveram que cancelar os planos de saúde migrando para o atendimento local. Como antes de mais nada a população reside nos municípios, as prefeituras estão tendo que absorver a demanda sem a atualização de valores pela a União. Hoje os recursos estão sendo federalizados ao mesmo tempo em que os serviços estão municipalizados. Marília por exemplo está investindo cerca de 30% do orçamento em saúde para atender com qualidade a população. As prefeituras precisam da atualização dos valores”, finalizou.