Recurso da família Camarinha em caso de inelegibilidade tem vistas
O recurso ao Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP), chamado de embargos de declaração, que vai definir o futuro político da família Camarinha, recebeu pedido de vistas durante seu julgamento na tarde desta terça-feira (8).
Inicialmente o recurso seria julgado na semana passada, mas acabou saindo da pauta do dia e voltou agora, quando precisou ser suspenso.
“Com o pedido de vistas, é necessário aguardar o processo ser novamente colocado na pauta de julgamento”, disse a assessoria de imprensa do TRE, após questionamento do Marília Notícia. Não foi informada a previsão de data para que isso ocorra.
Antes do pedido de vistas, o relator Afonso Celso da Silva acolheu “parcialmente os embargos”, mas “sem alteração do mérito”, segundo informação oficial da corte.
Isso quer dizer que, caso os demais desembargadores sigam o relator, a situação da família Camarinha deve se complicar.
Em julho o TRE decidiu pela inelegibilidade de Abelardo e Vinicius Camarinha por abuso de poder econômico e uso indevido dos meios de comunicação em 2016, durante campanha eleitoral para a Prefeitura de Marília.
Diante da condenação, os direitos políticos da dupla foram suspensos por oito anos e Abelardo Camarinha, que vem declarando a intenção de disputar as próximas eleições, está impedido de concorrer. A decisão não afeta o atual mandato de Vinicius como deputado estadual.
A dupla recorreu mais uma vez ao TRE, que aprecia os embargos de declaração. A denúncia foi realizada pela coligação “Marília Desenvolvimento Sem Corrupção” (PSDB/PMDB/PTB/PV/PCdoB/PPS), do então candidato Daniel Alonso.
Entenda
O agora prefeito de Marília alegou que os condenados utilizaram a influência da mídia para favorecer o candidato Vinicius e seu vice Élio Eiji Ajeka.
“Trata-se de uma ação de investigação eleitoral ajuizada após as eleições de 2016 em decorrência do abuso do poder econômico e político do grupo Camarinha”, explicou o advogado Alexandre Sala, que representa a coligação e o prefeito Daniel Alonso.
“Embora o robusto conjunto probatório, em primeira instância a ação foi julgada improcedente”, detalhou Sala. “Contudo”, disse ele, “o recurso foi julgado revertendo a decisão do juiz eleitoral de Marília”.
A decisão do TRE também condenou outros envolvidos, como o candidato a vice-prefeito Élio Ajeka, o radialista Wilson Matos (rádio 950), o diretor da TV Marília, Antonio Alpino Filho (Toni), Vicente Giroto (rádio Jovem Pan) e a diretora do lacrado jornal Diário, Sandra Mara Norbiato, que também é apontada em outro processo como ‘laranja’ dos Camarinhas no veículo de comunicação.