MN Logo

11 anos. Mais de 100 mil artigos.

  • Capa
  • Polícia
  • Marília
  • Regional
  • Entrevista da Semana
  • Brasil e Mundo
  • Esportes
  • Colunas
  • Anuncie
Brasil e Mundo
sex. 03 abr. 2020

Quarentena eleva risco de violência doméstica

por Agência Estado

Forma mais responsável de impedir a contaminação pelo coronavírus, o isolamento social traz uma situação de risco para vítimas da violência doméstica familiar: conviver mais tempo com o agressor. Na quarentena, ferramentas online de denúncia, oficiais ou não, ganham força. O governo federal pretende lançar ainda esta semana um aplicativo para denúncias de violência doméstica.

A vendedora J.M, de 23 anos, do Jardim Ângela, zona sul de São Paulo, foi agredida durante o confinamento. O autor foi o companheiro, um pedreiro que tem problemas com a bebida. Com várias lesões, ela foi à Polícia Civil, registrou boletim de ocorrência e pediu medidas protetivas. Agora, ela espera a manifestação do juiz. O companheiro saiu de casa, mas ainda não foi encontrado pela Polícia Militar. De acordo com ela, o confinamento havia feito os episódios de violência aumentarem.

A ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, Damares Alves, disse nesta quinta-feira (2) que no Estado do Rio o total de notificações de violência nas últimas semanas já é 50% maior. No Rio, já existe a denúncia virtual.

O ministério ainda divulgou dados do Ligue 180, canal de denúncias de violência doméstica, apontando aumento de quase 9% no total de ligações na quarentena. A média diária entre os dias 1.º e 16 de março foi de 3.045 ligações e 829 denúncias, ante 3 303 telefonemas e 978 denúncias entre os dias 17 e 25. Mas especialistas dizem que o período ainda é curto, mas servem de alerta.

Desde terça-feira, a reportagem tem pedido dados de março e de outros anos ao ministério, mas não obteve resposta. “É cedo para essa análise. Sabemos que a violência doméstica teve aumento em outros países que passaram por isolamento social”, diz a promotora Silvia Chakian, do núcleo especializado em violência doméstica do Ministério Público Estadual de São Paulo (MPE-SP).

A socióloga Wania Pazzinato diz que o tempo para análise ainda é curto, mas os dados apontam uma tendência. “Momentos de crise na sociedade – econômica, política ou uma pandemia – historicamente trazem aumento da violência contra a mulher. Foi assim com o ebola na África e a cólera no Haiti.”

Outros países também registraram aumento das agressões dentro de casa desde o início da pandemia. A França anunciou esta semana que pagará quartos de hotel para vítimas de violência doméstica e abrirá centros de aconselhamento após o aumento dos casos de abuso na primeira semana de quarentena. O acréscimo foi de 36% em Paris e 32% no resto do país após o confinamento, no dia 17. Houve ainda dois assassinatos.

“É um padrão aprendido ao longo da vida por parte dos homens. Algumas situações de estresse funcionam como gatilho para esse comportamento”, diz Valéria Scarance, do Núcleo de Gênero do MPE-SP.

Denúncia online

O app previsto pelo governo estará disponível para celulares e computadores, para denúncias de violência a mulher, criança e demais violações de direitos em ambiente doméstico. “Garantimos o anonimato, não podemos deixar de denunciar. Vai funcionar 24 horas por dia”, disse Damares. Além da ferramenta, que poderá ser baixada no site do ministério e em lojas virtuais de apps, há os canais por telefone – 100 e 180 – para receber denúncias de violência e pedidos de socorro.

Em São Paulo, as vítimas de violência doméstica podem fazer a denúncia online na Delegacia Eletrônica da Polícia Civil. Desde o dia 25, injúria, insultos e calúnias podem ser reportados sem a necessidade que a vítima saia de casa. Mas em caso de crimes com necessidade de coleta de materiais, como estupro e agressão física, a recomendação é ir à delegacia da mulher.

Canais não oficiais de denúncia também são alternativas. O Mapa do Acolhimento é um site que conecta mulheres que precisam de ajuda psicológica ou jurídica com profissionais voluntários para atendimento presencial. O app de enfrentamento à violência da mulher PenhaS, criado pelo Instituto AzMina, tem até um botão de pânico.

A vítima pode escolher até cinco pessoas para serem acionadas em caso de urgência por mensagens SMS. Elas podem ainda dialogar, de modo anônimo, com outras usuárias – especialistas apontam que o diálogo é fundamental para a mulher identificar e superar relacionamentos abusivos e violências.

O app foi nomeado em referência à Lei Maria da Penha que prevê violência física, emocional, patrimonial, sexual e moral como crimes. São cinco mil mulheres cadastradas. “O isolamento será mais uma arma que o agressor usará para que as vítimas se distanciem de suas redes de acolhimento, de informação ou de ajuda. Estamos criando estratégias para nos conectarmos. Podemos estar distantes fisicamente, mas isoladas nunca”, diz a jornalista Marília Taufic, idealizadora do PenhaS.

A violência doméstica pode ser também psicológica (ameaça, constrangimento, humilhação), patrimonial (controle do dinheiro, destruição de bens) e moral (calúnias e vida íntima exposta sem o consentimento).

Compartilhar

Mais lidas

  • 1
    Homem de 28 anos tenta contra a própria vida e morre na zona sul de Marília
  • 2
    Imagens mostram situação de cela após incêndio na penitenciária
  • 3
    Tratorista é assaltado e agredido ao sair de festa na madrugada em Marília
  • 4
    Encanador é preso em flagrante por violência contra esposa e a própria mãe no Nova Marília

Escolhas do editor

PERÍCIA
Imagens mostram situação de cela após incêndio na penitenciáriaImagens mostram situação de cela após incêndio na penitenciária
Imagens mostram situação de cela após incêndio na penitenciária
REGIÃO
Deslizamento em Garça deixa casa interditada e família realojadaDeslizamento em Garça deixa casa interditada e família realojada
Deslizamento em Garça deixa casa interditada e família realojada
CLIMA
Chuvas perdem força em Marília e semana deve ter volumes menoresChuvas perdem força em Marília e semana deve ter volumes menores
Chuvas perdem força em Marília e semana deve ter volumes menores
IMUNIZAÇÃO
‘Estamos vencendo essa batalha’, diz Padilha sobre vacinação‘Estamos vencendo essa batalha’, diz Padilha sobre vacinação
‘Estamos vencendo essa batalha’, diz Padilha sobre vacinação

Últimas notícias

Funcionários da Petrobras entram em greve por tempo indeterminado
PF apreende R$ 9,5 bilhões em operações contra o crime organizado em 2025
Defesa de Bolsonaro reitera pedido por cirurgia e prisão domiciliar
Imagens mostram situação de cela após incêndio na penitenciária

Notícias no seu celular

Receba as notícias mais interessantes por e-mail e fique sempre atualizado.

Cadastre seu email

Cadastre-se em nossos grupos do WhatsApp e Telegram

Cadastre-se em nossos grupos

  • WhatsApp
  • Telegram

Editorias

  • Capa
  • Polícia
  • Marília
  • Regional
  • Entrevista da Semana
  • Brasil e Mundo
  • Esportes

Vozes do MN

  • Adriano de Oliveira Martins
  • Angelo Ambrizzi
  • Brian Pieroni
  • Carol Altizani
  • Décio Mazeto
  • Fernanda Serva
  • Dra. Fernanda Simines Nascimento
  • Fernando Rodrigues
  • Gabriel Tedde
  • Isabela Wargaftig
  • Jefferson Dias
  • Marcos Boldrin
  • Mariana Saroa
  • Natália Figueiredo
  • Paulo Moreira
  • Ramon Franco
  • Robson Silva
  • Vanessa Lheti

MN

  • O MN
  • Expediente
  • Contato
  • Anuncie

Todos os direitos reservados.
Proibida a reprodução total ou parcial.
MN, Marília Notícia © 2014 - 2025

MN - Marília NotíciaMN Logo

Editorias

  • Capa
  • Polícia
  • Marília
  • Regional
  • Entrevista da Semana
  • Brasil e Mundo
  • Esportes

Vozes do MN

  • Adriano de Oliveira Martins
  • Angelo Ambrizzi
  • Brian Pieroni
  • Carol Altizani
  • Décio Mazeto
  • Fernanda Serva
  • Dra. Fernanda Simines Nascimento
  • Fernando Rodrigues
  • Gabriel Tedde
  • Isabela Wargaftig
  • Jefferson Dias
  • Marcos Boldrin
  • Mariana Saroa
  • Natália Figueiredo
  • Paulo Moreira
  • Ramon Franco
  • Robson Silva
  • Vanessa Lheti

MN

  • O MN
  • Expediente
  • Contato
  • Anuncie